sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Para onde vai o Partido Socialista?

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Grupo de militantes socialistas critica a ascensão do neoliberalismo
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«Somos militantes do Partido Socialista, continuamos a acreditar no ideário subjacente ao socialismo democrático, mas assistimos angustiados ao triunfo crescente do neoliberalismo no interior do partido a que pertencemos, partido estruturante da sociedade portuguesa. As políticas sociais vão sendo subordinadas à lógica do mais puro economicismo, destruindo o Serviço Nacional de Saúde, subvertendo o ideário da escola humanista e pública, desvalorizando o papel do professor e da formação cultural do aluno e, quanto à Justiça, trave-mestra de um Estado de Direito, está um verdadeiro lodaçal, sendo uma trincheira dos que têm mais posses e mais meios, em detrimento das classes mais desfavorecidas.
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O estado da nação é deplorável, transformado em areópago dos escribas do regime, dos jurisconsultos que dão pareceres a preços de oiro, substituindo-se às instituições que não decidem por si, nem assumem as suas responsabilidades.
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Há dois países, "o país real e o país nominal" (Alexandre Herculano), o país dos que têm poder económico e político, as mordomias, os salários chorudos e o país dos cidadãos que vêem com pavor o seu nível de vida a afundar-se, sem rendimentos para pagar as prestações da casa e os alimentos essenciais. O Portugal do triunfo das desigualdades, da exclusão e da pobreza clama por um verdadeiro Partido Socialista que lute contra a total submissão ao poder económico. O país real está farto da retórica sacrificial, e de assistir quotidianamente a uns serem cidadãos mais iguais do que outros.
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A crise internacional só reforça a falência das reformas economicistas, consubstanciadas nos parâmetros do banco central europeu de depauperação das classes laboriosas e classes médias, de agravamento das desigualdades sociais e económicas. Portugal é o país da Europa com a maior desigualdade na distribuição da sua riqueza. Portugal é também um dos países mais pobres na Europa com a realidade assustadora de mais de dois milhões de portugueses que vivem no limiar da pobreza, sobretudo os mais idosos, as mulheres e as crianças. Neste "reino cadaveroso" como lhe chamou o iluminista Ribeiro Sanches, há uma grande responsabilidade do actual Governo, cujas reformas, na óptica da obsessão da redução do défice, têm penalizado primordialmente os mais pobres e carenciados.
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No Partido Socialista, onde nada se debate, cada vez reduzido à participação dos que ocupam cargos políticos, há uma claustrofobia asfixiante. Todos os autoritarismos nos são antipáticos. Não contem connosco para a domesticação do diálogo. Onde está o PS dos referenciais em Antero de Quental e António Sérgio? É triste assistirmos ao silêncio cúmplice e em muitos casos de consonância com o "statu quo" de importantes personalidades socialistas cuja opinião é avalizada pelos cidadãos. É triste assistir a esta orfandade ideológica... pois, também nós "tememos o homem de um só livro"! É exasperante a posição de muitos deputados do PS que noutras crises e outras lideranças arriscaram os seus confortáveis cargos em prol da liberdade crítica e do pluralismo de ideias, que era uma marca genética do PS profundo e do PS da fraternidade e que hoje se calam.
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Temos a noção de que será modesto o eco da nossa postura crítica, mas não abdicamos de exercer o nosso direito de cidadania, no equilíbrio difícil entre a ética da nossa liberdade e a ética da nossa responsabilidade partidária. A depressão que assola o país exige a nossa ousadia.
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Não somos nós que subvertemos a cartilha de princípios do PS.
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Não somos nós, militantes de base do partido a que pertencemos, quem protagoniza a descrença que grassa na sociedade, à beira da implosão.
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Não somos nós os "inocentes úteis" da direita que olha com simpatia o actual Governo e o actual PS e que apeará os socialistas quando chegar a sua hora de ordenhar a nação. (Expresso
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Joaquim Sarmento, Jorge Silva, João Botelho, Paula Rodrigues e Júlio Barbosa.
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Nota do Papa Açordas: Apoiamos inteiramente o texto produzido por estes camaradas.
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2 comentários:

Pata Negra disse...

Deixem-se de textos e passem a bater os testos nas panelas. A verdade é que, não basta escreverem para as gavetas o incómodo. Ninguém melhor que os socialistas do PS para matarem o vírus que eles próprios criaram e alimentaram! A verdade é que o ciclo do poder alimenta! A verdade é que, vemos nas autarquias, nas associações, nas repartições, os velhos militantes silenciosos perante aquilo que dantes os exaltava! A verdade é que Sócrates tem por atraz de si um partido e que esse partido é feito de pessoas! Um dia vão pagá-las!
No entretanto, lá vão no engodo de um tom de esquerda com o aproximar das eleições! E depois, digam-me essas vozes dissidentes - em quem é que vão votar?
- Em Sócrates! Claro!
O mal não está em Sócrates mas nas moscas que o rodeiam!
Tenho no porta da minha casa um letreiro: "esta porta não se abre a gente do PS"
Estou à espera que a arrombem! Temos regime!
Um abraço anti-xuxalista

Anónimo disse...

Só podem estar a brincar comigo (e não só!)
Temos ratos no navio do comandante??? Alguém a precisar só agora de lentes novas? Aconselho uma ida a Espanha se for o caso!
Blá, blá, blá... soa-me a urnas e bandeirinhas!
Apoio o comentário anterior: um partido é feito de pessoas, alguns moscardos, é certo, mas se os deixaram poisar foi pk deixaram!Não venham agora com consciências pesadas depois de comerem!São arrotos putrefactos!
M