domingo, 30 de setembro de 2007

SÓZINHO EM LISBOA!

SÓZINHO EM LISBOA!

Quando o José Sócrates acordou descobriu que estava sozinho no Palácio de S Bento. Não havia ajudantes de ordens. Não havia ministros, não havia cozinheiros. Nem contínuos, nem mesmo os seus .

Sócrates pegou no carro e saiu para dar uma volta pela cidade, para ver se encontrava alguém. Mas a cidade estava deserta. Não havia ninguém nas elegantes avenidas de Lisboa, e ele voltou para o palácio, muito preocupado. Daí a pouco,o telefone tocou. Era o António Costa.

- Zé? - disse o António Costa -- És tu?
- Sim, sou eu. Mas o que é que se passa? Não está ninguém aqui em Lisboa? O que houve? Assim, não pode. Assim, não dá!
- É claro que não tem ninguém aí. Nem em Lisboa nem no resto do país, meu amigo. Tu não te lembras do teu discurso de ontem à noite na televisão? Tu descontrolaste-te e disseste que quem não estivesse satisfeito com o teu governo que fosse embora, que mudasse de país.
- Eu??? Eu disse isso?! E agora?... então ficamos só nós dois aqui em Portugal?
- Nós dois, porra nenhuma!! Eu estou a telefonar de Madrid.

Nota do Papa Açordas: Não resisti a contar esta anedota que um visitante nos enviou.
Vontade para tal não falta...

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Ricos...mas em corrupção...

Todos a sacar...

Segundo a Transparência Internacional (TI), uma ONG sediada em Berlim,
Portugal baixou do 26º para o 28º lugar, no ranking dos países mais
corruptos.

Isto quer dizer que, durante o consulado de José Sócrates, o País ficou mais
corrupto. Limpinho como a Farinha Amparo...

Claro está, que os países mais bem classificados da lista dos 180 investigados
pela TI, segundo revela o Público, estão entre os mais ricos e os que receberam
piores classificações estão entre os mais pobres. Numa tabela de 1 a 10,
a Dinamarca, a Finlândia e a Nova Zelândia receberam nota 9,4. Portugal
tem a nota 6,5, a mesma que a Estónia.

Com esta gente no governo, o pessoal do centrão está feliz e, viva o velho!...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Licenciatura de José Sócrates

A Licenciatura de José Sócrates

O Processo Penal neste momento é público.Não está ,por esta razão, coberto pelo segredo de justiça o processo relativo à licitude da obtenção da licenciatura em engenharia civil por parte do cidadão José Sócrates e a sua , eventual ,envolvente penal.
Na data em que assegura ter completado a licenciatura não era Primeiro Ministro.Mas era membro do Governo de António Guterres.Os portugueses devem ter acesso ao processo. Tem interesse político.
Esse processo deveria ser publicado na internet.Hoje as novas tecnologias - as "novas oportunidades " do ser humano, para comunicar - permitem publicar TODO O PROCESSO para os cidadãos formularem os seus juízos de valor.Os Primeiro-Ministros não estão acima da crítica, da lei.
Há uns dias a PGR, de Israel , noticiou que abriu um processo contra o Primeiro Ministro Israelita.Já é o segundo processo, relativo a factos quando era ministro e não Primeiro Minisro.Bill Clinton foi processado; Nixon foi processado; Collor de Melo foi processado; Tony Blair foi inquirido pela polícia.
A forma como o cidadão José Sócrates obteve a licenciatura, a legalidade da obtenção, o uso do título de engenheiro, o facto de constar no "curriculum vitae" de José Sócrates - junto no processso -que exerceu entre 1981 e 1987 a profissão de engenheiro civil na Câmara Municipal da Covilhã (!!!???!!!), o uso do título de engenheiro civil no site oficial do Governo Português, entre tantas outras coisas , são motivos mais que suficientes para ser publicado na integra o processo na Internet.Até no Peru, no dia em que Alberto Fujimori chegou lá preso, ido do Chile, foi logo publicado pelo jornal República o acórdão de extradição.
Nada me move contra Sua Excelência o Primeiro Ministro de Portugal. Só tenho de respeitar o cargo.
Mas como cidadão que vota tenho o direito de ver esclarecida toda a envolvente da obtenção da licenciatura.Porque ao contrário do que o Senhor Primeiro Ministro disse na entrevista à RTP 1, em 11 de Abril de 2007, a Universidade Independente não observava a legislação em vigor, , agia para além da lei, não tinha qualquer prestígio na comunidade universitária portuguesa, não tinha qualquer organização adequada e muito menos era tida por "com reconhecida capacidade" , e muito menos "tinha um funcionamento absolutamente impecável", como O Senhor Primeiro Ministro disse à RTP1.
O processo revela a anarquia, a balda, a desorganização na UNI.Para não falar do caso "sui generis" de um aluno da UNI ter sido conduzido às instalações do Ministério da Administração Interna para ali fazer um exame, porque o Prof. Morais estava lá numa reunião de trabalho!!! Foi-lhe dada uma folha A4 para fazer o exame, nas instalações do MAI, o que aluno declinou, se negou a fazer.
O aluno da UNI, José Sócrates, não podia desconhecer a gritante violação da lei, a ausência de rigor cientifico , pedagógico, a falta do cumprimento da lei , a forma como os alunos do seu ano eram avaliados, incluindo ele.
A falta de um órgão constituído de harmonia com a lei aplicável, para lhe atribuir as equivalências.
Creio que Sua Excelência o Primeiro Ministro de Portugal deve dar uma conferência de imprensa e submeter-se às perguntas dos jornalistas , de todos os órgãos.
Depois dos jornalistas analisarem o processo e saberem , em concreto, o que lhe devem perguntar!
Depois de analisar o processo ,creio que Sua Excelência o Senhor Primeiro Ministro de Portugal procurou fugir às perguntas dos jornalistas, quis proteger-se, mas num Estado da União Europeia não se pode fugir.
Face ao que analisei no processo entendi que deveria requerer a abertura da instrução, pelos motivos que aleguei e que aqui não vou revelar. Mas a siuação que encontrei deixou-me ficar triste.Se o sistema educativo que se pretende para Portugal fosse o que vigorava naquele curso de engenharia que frequentou o aluno José Sócrates, Portugal estava perdido.
Desconheço porque motivo José Sócrates indicava no "curriculum vitae" que exercera as funções de engenheiro civil, na Câmara Municipal da Covilhã, de 1981 a 1987!!!!Terá assinado como "engenheiro civil" algum projecto, bem sabendo que não era engenheiro civil e que nem sequer podia usar o título e muito menos exercer as funções?O Processo terá de ser aprofundado para que se investigue tudo isto, que é muito grave, gravissimo.

Nota do Papa Açordas: Concordo plenamente com o Dr.José Maria Martins. Este caso
tem que ser devidamente esclarecido, para que não fiquem
quaisquer dúvidas sobre tão integrante licenciatura.

In www.josemariamartins.blogspot.com, 27-09-07

República das Bananas

Não se morre da doença, mas sim da cura...

Como é crível que, num país do e-gov e que aposta tanto no plano
tecnológico (?), seja possível a hipótese de 8 em cada 100 internados
corram o risco de contrair uma infecção hospitalar. Mais, o simples
internamente hospitalar implica riscos acrescidos, provocando, por
vezes, a própria morte dos doentes.

Segundo o Público, a Direcção Geral de Saúde diz que é importante
"conseguir sensibilizar as pessoas (profissionais) para a importância
de gestos tão simples como o de lavar as mãos para evitar a transmissão
de infecções".

E o Ministério da Saúde, não terá que criar condições de assistência
hospitalar seguras para os doentes?

PSD no seu melhor...

Confusão infernal

O PSD está ao rubro, ninguém se entende.

Faz-me lembrar um episódio que o meu avô contava e que aconteceu
no Alentejo.

Nos anos 30 ou 40, os clubes recreativos eram os locais onde, à noite, se
juntavam as pessoas para um serão de convívio. Aproveitavam para
beber o seu copinho, jogar às cartas e conversar.

Certa vez, houve uma reunião que despertou o interesse da população
e a sala encheu-se. Eis que, a dada altura, chega um sócio. Vendo que já
não tinha lugar sentado, pede a palavra e, com o seu ar grave, disse:

-Há sócios que não são sócios que estão sentados, há sócios que são sócios
que estão de pé!

É o que acontece no PSD. Há militantes que não têm as quotas em dia e
podem votar, há militantes que têm as quotas pagas e não podem votar!

Como Morais Sarmento disse ao Expresso On-Line, "o PSD é um património
que está muito para além destes dois senhores (Marques Mendes e Filipe
Menezes) e quem exercer funções de liderança no partido tem de perceber
isso". Acrecentando ainda que "nenhum dos candidatos tem condições para
liderar o partido".

É de bradar aos céus a forma como Marques Mendes e "sus muchachos"
dominam todo o aparelho social-democrata, tomando as mais descricionárias
medidas anti-democráticas.

De uma coisa podemos já ter a certeza: qualquer que seja o vencedor
terá apenas uma pequena parte do Partido do seu lado.

Descanse em Paz!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Triste espectáculo!

AS DIRECTAS NO PSD

Seja qual for o resultado das directas no PSD já é evidente que o próximo líder terá menos credibilidade eleitoral do que Robert Mugabe, a directas naquele partido estão a ser tudo menos transparentes. Votos comprados, votos obedientes a Alberto João, votos de milhares de militantes dos Açores que só lá devem ter o nome para votar pois estão dispensados de pagar quotas, de tudo vale nestas directas. Nem sequer o discurso político de Mendes ou Menezes merece maior pontuação do que o discurso de Mugabe.

Enfim, um triste espectáculo do partido que durante mais tempo governou Portugal.

In O JUMENTO, 25-09-07

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Chamem a Polícia!...

Perdi a carteira

O anúncio feito por José Sócrates de que vai ser criado um balcão
"Perdi a carteira", foi recebido com uma onda de sorrisos pelo plenário
da Assembleia da República.

Este balcão, que vai ficar instalado na Loja do Cidadão das Laranjeiras,
em Lisboa, certamente junto aos fututos balcões "perdi o emprego",
"perdi a casa", "perdi o poder de compra" e, a tantos outros, que a
política desastrada deste governo nos está a brindar.

O PSD no seu melhor

A opa sobre o PSD


Inesperadamente, ou talvez não, as directas para a escolha do líder do PSD estão a mostrar ao país que o partido que mais governou este país não passa de uma associação recreativa mal organizada. Depois do espectáculo triste que os dois candidatos têm proporcionado ao país, assiste-se a uma verdadeira opa em vésperas da escolha, os votos estão a ser comprados a troco do pagamento de quotas.
Trata-se de herança resultante do passado genético do PSD, lembra-nos a ANP de que o PSD herdou dirigentes, estruturas e membros. Tal como sucedia no tempo da ANP, também quando o PSD governa tende a confundir a sociedade e o Estado com o partido, multiplicam-se as pressões para que cidadãos com cargos no Estado ou que exercem actividades que dependem da generosidade governamental adiram ao partido. Recordo o tempo de Cavaco Silva, quando, com alguma periodicidade, se realizavam sessões de apresentação dos novos sócios, algumas realizavam-se no CCB e professores e cientistas eram apresentados à sociedade como se fossem aquisições de uma equipa de futebol.
Mesmo depois da limpeza dos cadernos constata-se que uma parte significativa dos militantes não pagam as quotas, desinteressam-se das suas “acções” numa empresa que deixou de dar lucro. Chega-se ao cúmulo de nos Açores, onde lidera um tal Costa Neves, que foi ministro da Agricultura (que contava com o actual secretário de estado dos Assuntos Fiscais como zeloso assessor até ao dia em que a pia baptismal das Novas Fronteiras o converteu num crente convicto das vantagens do socialismo anunciado por Sócrates), apenas 36 dos 8218 terem as quotas em dia.
O mais curioso é mesmo com a compra de votos com dinheiro de origem desconhecida há uma grande probabilidade de a escolha vir a ser decidida pelos “militantes” açorianos que não pagam quotas.
Ainda bem que tudo aponta para mais uma derrota eleitoral do PSD nas próximas legislativas, se isso não suceder o país corria o risco de vir a ter um primeiro-ministro que chega ao cargo porque uns amigos duvidosos lhe compraram os votos ou por meia dúzia de militantes açorianos, quem nem pagam quotas, votam onde Costa Neves ou Mota Amaral lhes diz para votarem.

In O JUMENTO, 24-09-07

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

ESTADO/2007 = ESTADO NOVO

Governo acusado de não querer protestos

A União dos Sindicatos de Braga acusou ontem o Governo de, ao apresentar
queixa judicial contra três sindicalistas por reunião ilegal, "querer reduzir
o direito ao protesto dos cidadãos a algo semelhante ao que sucedia no Estado
Novo".

"No regime salazarista, uma reunião com mais do que dois cidadãos era
proibida, agora querem fazer o mesmo às concentrações espontâneas dos
cidadãos", afirmou Adão Mendes, aludindo ao facto de três sindicalistas terem
sido ouvidos no Tribunal de Guimarães por promoverem uma manifestação
ilegal.

In PÚBLICO, 21-09-07

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

DRAPALG - De mal a pior...

QUE SE PASSA NOS LABORATÓRIOS DA DRAPALG

O Ministério da Agricultura (MA) devia estar mais atento com o que se passa nos
laboratórios da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAPALG).

Estes laboratórios estão práticamente inactivos e, apesar de se encontrarem
certificados, ainda há pouco tempo uma auditoria superior encontrou 18 incumprimentos
que, apesar do tempo decorrido, se encontram como tal e qual.

Um dos laboratórios, inaugurado há dois anos por dirigentes do MA, que orçou em
1 milhão de euros, ainda não funcionou nem vai funcionar, apesar de se encontrar
devidamente equipado.

No edifício principal dos laboratórios existem quatro clarabóias, as quais têm os
vidros partidos, deixando entrar pássaros e água da chuva, obrigando até a desligar
a electricidade, a fim de evitar curto-circuitos.

Chamada a atenção do responsável, ou melhor, do Chefe da Divisão de Inovação e
Apoio às Empresas (?), digníssimo cristão-novo do socialismo de Sócrates, este ainda
nada fez para resolver a situação.

Saliente-se que estes laboratórios apenas estão a trabalhar para os ADS (agrupamentos
sanitários), fazendo análises de soros, mas apenas os rápidos, pois os
lentos são enviados para outro laboratório no Alentejo, apesar de estarem equipados
para tal.

Enquanto isso, os agricultores algarvios mandam fazer a maioria das análises de solos
e de água a Espanha, pois além da sua recolha no local, são muito mais baratos e mais
rápidos.

NOTA DO PAPA AÇORDAS: Para fazer isto não é necessário haver um Chefe de
Divisão de Inovação e Apoio às Empresas? Por favor, não brinquem aos dirigentes...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

PS = Partido Sócrates

O PS ainda existe?

Enquanto partido onde os seus militantes decidem o que pretendem o PS já não existe, transformou-se numa plataforma de apoio a José Sócrates que a troco poder decide que o partido passou a ser de centro-esquerda sem consultar os militantes. Dantes o PS decidia esta coisas em congressos, procedimento normal nos partidos democráticos, agora é anunciado por Sócrates quando este bem entende e no local que achar mais apropriado.

Desta vez Sócrates aproveitou as Novas Fronteiras, as reuniões da Taparware dirigidas por António Vitorino, para informar os militantes do PS que agora deixaram de ser de esquerda para passarem a ser de direita. Ficamos à espera que numa próxima reunião da Taparware o mesmo Sócrates venha dizer aos militantes que estão deslocalizados em relação ao seu ovo pensamento político, que devem andar mais um pouco para a direita.

In O JUMENTO, 17-09-07

sábado, 15 de setembro de 2007

NA SOCRALÂNDIA...


UM EXCELENTE CANDIDATO ÀS NOVAS OPORTUNIDADES
«Tinha apenas o quinto ano do antigo liceu, mas isso não o impediu de exercer a psiquiatria durante 15 anos. Crispiniano Silva, 51 anos, tinha consultório no Porto e ascenderia a uma centena o número de clientes que a ele acorriam, chegando mesmo a dar pareceres médicos ao Ministério Público no âmbito de processos em curso - para além dos inúmeros congressos e palestras em que participou e de consultas em clínicas privadas. Em 2004, alvo de uma denúncia, foi detido pela PSP do Porto e passou de psiquiatra a arguido. Dia 24, é conhecida a sentença no Tribunal de São Novo, no Porto.» [Diário de Notícias]

Parecer:
Pelo currículo o "psiquiatra" merece ter um diploma, exercer durante quinze anos apenas com o quinto ano do Liceu e ninguém dar por isso é notável.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Inscreva-se o homem nas Novas Oportunidades.»

In O JUMENTO, 15-09-07

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

UNIVERSIDADE INDEPENDENTE

ORDEM PARA FECHAR

Segundo o jornal PÚBLICO, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
invocou o interesse público para manter a decisão de encerrar a Universidade
Independente (UnI) a 31 de Outubro, apesar da providência cautelar interposta
pela empresa proprietária da instituição.

No despacho publicado no Diário da República, o referido ministério justifica a
decisão alegando que "seria gravemente prejudicial para o interesse público" a
continuação da actividade da UnI...

Pois é, uma universidade que, pelo menos num caso, foi roubar um aluno ao ISEL
e pespegou-lhe com um diploma tirado à pressão e a um domingo, não merece
sobreviver. Já viram os clones que haviam de aparecer...

DALAI LAMA

Nada há que justifique a atitude do governo português perante o Dalai Lama,

líder espiritual do Tibete, quando na mesma altura recebeu um tal Bob Geldof,

e a quem ofereceu uma guitarra portuguesa.

Vá lá que não foi o famigerado computador...

Quanto ao Dalai Lama, o governo justificou a sua recusa por pressões da China,

a qual ocupa o Tibete há cerca de 48 anos, tantos como a ditadura salazarista.

Trata-se pois de pura hipócrisia e o colocar-se de cócoras perante o gigante de

do Oriente.

Lembre-se a esta gente que já outros governos presidindo à UE, receberam

Sua Santidade o Dalai Lama, e não tiveram medo das ameaças do usurpador do

território do Tibete.

Haja coragem e vergonha...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

NA SOCRALÂNDIA...

Os fins-de-semana generosos de Sócrates

Quem esperava que Sócrates desaparecesse com a presidência portuguesa da União Europeia enganou-se, o primeiro-ministro percebeu que a presidência não é assim tão importante em termos eleitorais e optou por gerir a agenda de forma a manter uma presença permanente na comunicação social. Para isso dedicou os fins-de-semana à caridade política, primeiro começou por distribuir portáteis, agora que os computadores estavam a dar nas vistas optou por medidas avulso, começando pela atribuição de benefícios fiscais às empresas do interior.
É evidente que a medida não tem efeitos práticos, ninguém vai mudar uma empresa instalada junto ao porto de Aveiro ou de Setúbal para Braga só para pagar menos 5% ou 10% de IRC. Estes benefícios fiscais não passam de populismo empresarial, os impostos sobre os lucros só se aplicam se houverem lucros e só se investe se houver a perspectiva de haverem lucros. Isto é, ninguém investe em função desses benefícios que acabam por beneficiar apenas as empresas já instaladas.
É possível adoptar medidas sérias para promover o desenvolvimento empresarial no interior mas essas medidas levam tempo a pensar e adoptar, não podem ser decididas na sexta-feira para que o primeiro-ministro possa ser a vedeta na comunicação social no sábado seguinte.

In O JUMENTO, 10-09-07

domingo, 9 de setembro de 2007

A LEI DA ROLHA

O SONHO DE SÓCRATES QUE SE TORNOU REALIDADE

«Em Novembro de 2001, o então ministro do Ambiente, José Sócrates, sonhou com uma lei inexistente. E ao chegar ao seu gabinete escreveu uma carta a um jornalista do PÚBLICO. Queria avisá-lo de que a "invocação pública" de uma escuta telefónica feita pela Judiciária a uma conversa em que ele intervinha "constitui a prática de um crime". A advertência, feita com o intuito de travar a publicação de uma notícia referente a essa escuta, não tinha qualquer fundamento legal. Na semana passada, porém, o sonho de José Sócrates tornou-se realidade.
Revelar o teor de uma escuta telefónica constante de um processo judicial que não se encontrava em segredo de justiça não era crime em 2001. Nem ninguém sonhava que o viesse a ser, a não ser Sócrates e, eventualmente, alguns dos que o acompanham na presente cruzada contra a liberdade de informação. Mas a declaração de guerra do actual primeiro-ministro àquilo que os seus acólitos denominam de "jornalismo de sarjeta" já tinha sido feita nas páginas do PÚBLICO.
Numa carta publicada neste jornal em 1 de Março de 2001, Sócrates perorava sobre ética e deontologia dos jornalistas e anunciava o que aí vinha: "Parece que é tempo de começar a combater as éticas de plástico que outros agora sustentam [referindo-se a alguns jornalistas], por mais politicamente incorrecto que isso possa ser."
Meses depois, quando o PÚBLICO o confrontou com a escuta telefónica em que dava instrucções a um empresário seu amigo sobre o que devia fazer para interferir no resultado de um concurso público, Sócrates desejou tanto que os seus sonhos fossem realidade que não se coibiu de qualificar como crime aquilo que nunca o fora. A conversa tinha sido gravada anos antes, quando ele era deputado, e resumia-se a uma recomendação para que o empresário contactasse, e posteriormente recompensasse, um seu colaborador do aparelho socialista da Covilhã. A este, que era assessor do presidente da câmara local e a quem Sócrates telefonaria entretanto, caberia fazer o possível para resolver o problema do concurso. A imagem que sobressaía dessa conversa, gravada porque o empresário em causa estava a ser alvo de uma investigação judicial, era a de um deputado que se prestava a usar a sua influência para favorecer um amigo (por acaso financiador do PS) no quadro de um concurso público. E esta era, independentemente do seu interesse público e da legalidade indiscutível da divulgação da conversa, a última coisa que José Sócrates quereria que dele dissessem.
Naturalmente que o PÚBLICO não se deixou intimidar com a invocação de uma falsa proibição legal. Nem tão-pouco com a solene comunicação com que o ministro do Ambiente terminava a sua carta: "Informo-o que recorrerei a todos os meios judiciais ao meu alcance para defesa da minha honorabilidade e da reserva da minha vida privada."
Publicada a notícia em Janeiro de 2002, Sócrates escreveu ao director do PÚBLICO afirmando que o texto não passava de "especulações delirantes e insinuações falsas e injuriosas". E acabava declarando: "Porque o Sr. Cerejo [o jornalista] muito bem sabe que cometeu vários crimes com a publicação destes textos, prestará contas em tribunal."
Na verdade, os anos passaram-se e as ameaças, antes e depois da revelação da conversa, não deram origem a nenhum processo judicial da iniciativa de José Sócrates. O agora primeiro-ministro bem sabia que a história do "crime" era ainda, e tão-só, um sonho seu.
Quem se queixou em tribunal foi Carlos Martins, o assessor que ele recomendou ao empresário e que era então (e ainda o é) presidente de uma junta de freguesia da Covilhã. Alegou que o seu nome tinha sido manchado pelo jornal, mas, meses depois, desistiu do processo. Presentemente está colocado no gabinete do primeiro-ministro e é um dos seus três adjuntos para os assuntos regionais.
A partir da semana passada, José Sócrates já não precisa de ameaçar jornais e jornalistas com tribunais e com leis que não existem. Veio tarde, para o caso da Covilhã, mas veio a tempo para muitos outros casos e para muita gente que pretende esconder, com o seu direito individual à privacidade, o direito de todos portugueses à verdade sobre quem os governa.
José Sócrates está a ganhar a sua guerra contra as liberdades. As sucessivas leis que tem vindo a fazer publicar em matéria de comunicação social estão a transformar-se numa mordaça. A criminalização da divulgação de escutas telefónicas que não estão em segredo de justiça, aprovada com os votos favoráveis do PSD, é apenas mais um passo na concretização do sonho do primeiro-ministro.» [Público assinantes]

Parecer:
O jornalista José António Cerejo acha que a condenação da publicação das escutas é um velho desejo de Sócrates, que não gostou de ver as suas diatribes publicadas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

In O JUMENTO, 09-09-07

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

O "CENTRÃO" EM ACÇÃO...

Um código à medida.

Segundo o Público, " a proibição de divulgação de escutas não estava no projecto original de Rui Pereira". Pelos vistos, alguém, anónimo, com responsabilidades governativas e em escrito apócrifo, acrescentou uma norma que não existia no projecto que foi enviado a diversas entidades, para se pronunciarem, antes da aprovação na AR.

Paulo Rangel, diz hoje no Público que a "norma parece desenhada para o processo Casa Pia."Pronto. Está dito: este código é o Código do Processo da Casa Pia. O CPCP. Só é pena que o PSD tenha aderido, porque o caucionou.

In GRANDE LOJA DO QUEIJO LIMIANO, 06-09-07

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

CASO PSD-SOMAGUE

Corruptos mas lavadinhos e bem cheirosos

No país onde vivo se comprar um carro que vá um pouco além de um equivalente ao Carocha torno-me de imediato suspeito de corrupção, há uma lei que manda que me seja instaurado um processo disciplinar ainda antes de me perguntarem de onde veio e, por via das dúvidas, o processo deve ser comunicado ao Ministério Público. Como sou funcionário público sou, por definição, um potencial criminoso.

No país onde vivo uma empresa que vive de obras públicas oferece gorjetas de cinquenta mil contos mas beneficia de uma lei feita pelos políticos que determina que a gorjeta a políticos não constituem crime. São os mesmos políticos que decidiram que basta eu comprar algo reservado aos ricos para me tornar arguido, primeiro sou investigado e depois é que me perguntam donde veio o dinheiro. Melhor sorte teve o PSD e a Somague, toda a gente sabe de onde veio e para onde foi o dinheiro e não foram investigados.

Só um idiota poderia ter pensado que a Procuradoria-Geral da República iria considerar que uma gorjeta tão generosa seria indiciadora de outros financiamentos ilegais e que a estes poderiam estar associados favores políticos, merecendo uma investigação extensiva às relações entre a empresa(s) e o(s) partido(s). O Ministério Público não procurou saber se houve favores, como não procurou não os encontrou e como não os encontrou chegou à conclusão óbvia, não houve crime.

Vivo num país onde uma empresa leva uma idosa a tribunal porque roubou um sabonete numa das suas lojas e uma outra empresa dá gorjetas de cinquenta mil contos a políticos. A mesma justiça que gastou o dinheiro dos contribuintes com um julgamento idiota mas não se deu ao trabalho de investigar que serviços justificaram uma gorjeta tão generosa.

Temos uma justiça para quem uns são deficientes e outros são manetas, os deficientes são os da mesma casta social, os que estão e vivem no poder, por coincidência os que decidem as mordomias de que devem beneficiar os magistrados (por exemplo, porquê um juiz do Tribunal de Contas recebe um subsídio de residência livre de impostos?). A justiça a sério está reservada aos outros, aos manetas, aos que devem viver com medo de algum dia caírem nas malhas do tribunal, aos que devem tirar o chapéu sempre que se cruza com o doutor juiz, aos que podem ir para a cadeia se forem apanhados em flagrante a roubar um papo-seco.

Querem que vos diga o que penso dos assaltantes de bancos? Que são parvos, em vez de comprarem armas deveriam inscrever-se numa qualquer universidade para serem doutores, comprar uns fatos riscados, inscrever-se no PSD e irem à Universidade de Verão, se ainda estiverem em idade para isso. Assim já poderiam receber gorjetas bem maiores do que conseguem nos bancos e sem esperar pela abertura retardada dos cofres. E se a sorte política estivesse do seu lado até poderiam vir a indicar o nome do próximo PGR.

In O JUMENTO, 06-09-07

À ATENÇÃO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

Esta história que corre na Direcção Regional de Agricultura do Algarve (DRAPALG), e que
um leitor nos fez chegar, sintetiza bem o mau estar e o ambiente pidesco/bufo que
que aí vigora:


Esta é a história de um dirigente de topo da DRAPALG que, "stressado", foi um dia ao psiquiatra.

Relatou-lhe o seu caso. O psiquiatra, experiente, logo diagnosticou:

- O Sr. precisa de se afastar, por duas semanas, da sua actividade profissional. Vá para a serra, isole-se do dia-a-dia e faça algumas actividades que o relaxem.

Então, o nosso dirigente procurou seguir as orientações recebidas.
Munido do PDR, do PDRc, do Plano de Actividades e outros documentos,de lguns CDs e do "laptop", mas sem o telemóvel, partiu para a casa de um amigo, que tem uma quinta no barrocal.

Passados os dois primeiros dias, o nosso dirigente já havia lido todos os documentos do Gabinete de Planeamento, dois livros de quadradinhos e ouvido quase todos os CDs. Porém, continuava inquieto.

Pensou: "alguma actividade física seria um bom antídoto para a
ansiedade que ainda me domina ! "

Procurou o capataz da quinta e pediu-lhe trabalho para fazer.

O capataz ficou pensativo e , vendo um monte de esterco que havia acabado de chegar, disse ao nosso dirigente:

- Olhe, pode ir espalhando aquele esterco em toda aquela área que será preparada para o cultivo.

Pensou para consigo próprio: "Ele deverá demorar uma semana com esta tarefa".

Puro engano !

No dia seguinte já todo o esterco tinha sido distribuído.

Foi-lhe então dada nova tarefa:abater 66 galinhas (a ASAE está longe e pouco vai para aquelas paragens!).

Tarefa que se revelou muito fácil para o executivo ansioso: em menos de 3 horas, depois de dois serões de preparação, já estavam todos os galináceos prontos para serem depenados! Pediu logo nova tarefa.

- Estamos a iniciar a colheita de laranjas. O Senhor Engenheiro vá, por favor, ao pomar e leve consigo três cestos para distribuir as laranjas por calibres: pequenas, médias e grandes. Mas olhe que se trata de tarefa importante!

Passou o dia e o nosso dirigente não regressou com a tarefa cumprida.

Preocupado, o capataz dirigiu-se ao pomar.

Viu-o, com uma laranja na mão, os cestos totalmente vazios, e a falar sózinho:

- Esta é grande. Não, é média. Ou será pequena???

- Esta é pequena. Não, é grande. Ou será média???

- Esta é média. Não, é pequena. Ou será grande???

Moral da história:

Espalhar merda e cortar cabeças é fácil. O difícil é tomar decisões.

O nosso dirigente voltou agora de férias. Igual ao que sempre foi, mas já menos stressado!


quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O ABANDONO/INSUCESSO ESCOLAR

O abandono escolar cresceu e é mais do dobro dos países da UE, graças
às políticas desastradas que têm sido conduzidas por esta espécie de
Governo.
Ainda hoje, José Pacheco Pereira dizia que, em Portugal, vivia-se pior e
pagava-se mais impostos com este governo.
Este governo, limita-se a apertar o garrote, a aumentar os impostos,
cortar na saúde (como se ela fosse excelente em Portugal), nivelar pelo
mais baixo, aumentar o desemprego, e eu pergunto:

ATÉ QUANDO?...

domingo, 2 de setembro de 2007

Os pobres que paguem a crise!



O estado de completa devastação ideológica em que se encontra o PS pode ser avaliado pelos resultados obtidos ao cabo de dois anos de governação. Empenhado em meter o país nos eixos, o Executivo chefiado pelo sempre severo e temível engenheiro Sócrates cometeu uma proeza (in)digna de qualquer partido socialista que se preze: uma redução rápida e brutal do défice do Orçamento do Estado e uma subida vertiginosa das desigualdades sociais; um aumento algo pindérico da taxa de crescimento do PIB e uma diminuição bastante significativa do poder de compra dos trabalhadores. Mais: enquanto o desemprego se situa a um nível muito alto e a precariedade se generaliza, as grandes fortunas prosperam, tendo crescido 35,8 por cento em relação a 2006.Um escândalo. Se estes são resultados dignos de um governo socialista, vou ali e já venho.

Bem podem tentar desqualificar-me, chamando-me "esquerdista", "demagogo" e "populista". Os números são bastantes claros, não fui eu que os inventei. "Esquerdista" é o Instituto Nacional de Estatística, "demagogo" é o Instituto do Emprego e Formação Profissional, "populista" é o Eurostat. O certo é que as diferenças de rendimentos entre ricos e pobres, em Portugal, atingiram uma dimensão inédita, batendo um novo recorde: ao contrário da tendência que se regista na União Europeia, o fosso salarial entre ricos e pobres alarga~se e situa-se, agora,duas vezes e meia acima da média comunitária. Além disso, Portugal é o país europeu que menos investe em Segurança Social. O desemprego de longa e muita longa duração cresceu assustadoramente e já representa quase metade do total de 470 mil desempregados com menos de 35 anos e 124 mil com mais de 44 anos. O PS bem pode limpar as mãos à parede.
Parece absurdo que o combate à crise económica e financeira, levado a cabo por um Governo pretensamente socialista, em nome dos superiores interesses do país, resulte em maiores desigualdades sociais, mais precariedade, mais desemprego e mais pobreza, ao mesmo tempo que as grandes fortunas aumentam vertiginosamente. Mas, como dizia Napoleão, "em política, o absurdo não é um obstáculo". Não se contesta o papel crucial da propriedade privada e do capital no desenvolvimento de uma sociedade aberta, livre e democrática. Mas é legítimo perguntar que contribuição têm dado os mais ricos para combater esta crise tão grave. Queixam-se de que o Estado os estrangula, mas a verdade é que as suas fortunas crescem a olhos vistos, ao mesmo tempo que as classes médias empobrecem e os trabalhadores sofrem os efeitos da técnica da banda gástrica que este Governo decidiu aplicar-lhes para lhes reduzir o apetite. O que é indecente.

É verdade que a devastação ideológica que se verifica no PS remonta ao tempo do inefável engenheiro Guterres. Mas o "pico do incêndio" só foi atingido agora, sob a égide do intratável engenheiro Sócrates. A perda de quaisquer estímulos ideológicos na luta política gerou um vazio ao nível das ideias, das convicções e dos princípios, dando lugar a uma nova classe de políticos mais sensíveis a motivações materiais, a interesses pessoais e de poder. Foi a vitória do sentido de oportunidade (para não lhe chamar outra coisa mais feia) e do pragmatismo sem princípios.

As chamadas "práticas clientelares" (mais evidentes ao nível autárquico) e de "governo paralelo" (das grandes empresas e interesses financeiros) impõem-se hoje aos partidos do bloco central. Por isso, não espanta que a passagem do poder do PSD para o PS (e vice-versa) não seja mais do que "saltar do lume para a frigideira". Dizem as boas línguas que o Governo do engenheiro Sócrates tem feito "reformas muito corajosas". Eu, que sempre fui má-língua, limito-me a perguntar: é preciso coragem para exigir aos pobres que paguem a crise?!


Um artigo de ALFREDO BARROSO - membro fundador do PS
In jornal SOL, de 01-09-2007

NOTA DO PAPA AÇORDAS: Barroso diz aquilo que muitos SOCIALISTAS pensam!

sábado, 1 de setembro de 2007

REFÉNS DO DESEMPREGO

Portugal é o terceiro país da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE) onde os desempregados
têm maiores dificuldades em encontrar emprego. Por mês
apenas 3,9 % conseguem.

O trabalho, da autoria de Bart Hobijn e Asegul Sahin, em destaque
no Expresso de hoje, conclui que os dois únicos países onde é mais
difícil sair do desemprego do que em Portugal são Itália e Bélgica.
A lentidão com que o mercado de trabalho português absorve os
desempregados acaba por obrigá-los a passar por longos períodos
de inactividade. Actualmente, quase metade dos desempregados
está nessa condição há mais de 12 meses .(Expresso)


NOTA DO PAPA AÇORDAS: Será este o Portugal maravilha
que J.Sócrates tanto apregoa? Não parece...

LEI DA ROLHA

O FIM DA PUBLICAÇÃO DAS ESCUTAS TELEFÓNICAS

Ao aplicar penas de prisão a quem publique escutas telefónicas sem autorização dos visados o novo Código Penal põe fim aos excessos a que temos assistido nos últimos tempos, mas ao mesmo tempo limita a liberdade de informação ao não distinguir entre o que é vida privada do que é vida pública.

Compreende-se que se uma conversa é do foro privado, mas se estivermos perante alguém que quis ser uma personalidade pública e fala nessa qualidade faz sentido considerar essa conversa como sendo do foro íntimo? É evidente que não, se a lei penal reduzir o que pode ser publicado ao que os políticos aceitam então deixaremos de ter vida política, passaremos a assistir a encenações.

Imaginemos que o primeiro-ministro diz numa conversa com um ministro que os portugueses são uns idiotas que apesar das medidas injustas ainda votam nele. Se esta conversa for gravada no âmbito de uma escuta telefónica deve ficar no segredo dos deuses para proteger a intimidade do primeiro-ministro? É evidente que não, mas não é isso que os nossos deputados aprovaram com os votos a favor do PS e do PSD e a abstenção do CDS. É evidente que os políticos do poder fizeram aprovar um Código Penal que serve para os defender da opinião pública, aprovaram uma norma que serve em primeira-mão para se protegerem a si próprios, para que a "verdade" que chega à opinião pública seja a que mais lhe convém.

A democracia portuguesa é cada vez mais uma democracia pautada pela defesa das boas maneiras.

In O JUMENTO, 01-09-07