quinta-feira, 31 de julho de 2008

O primeiro tempo de antena de Manuela Ferreira Leite

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Parar o país para esperar pelas 20h00, hora a que foi marcada uma comunicação do Presidente da República, faz supor que o Presidente vai dizer algo importante, algo que mexe com os portugueses. Afinal veio dar uma prelecção fastidiosa sobre o estatuto da autonomia dos Açores, assunto que não preocupou ninguém, se o TC vetou algumas normas o parlamento haveria de proceder às devidas correcções.
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Muito mais graves foram as declarações recentes dos responsáveis do PSD nos Açores e até mesmo a fixação de preços dos combustíveis pelo governo do Alberto, mas sobre a Madeira e os atentados à unidade Nacional Cavaco nada tem a dizer, aliás, quando foi à Madeira foi o que se viu. Então porque falar dos Açores?
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Recentemente Manuela Ferreira Leite alterou a sua posição sobre as obras públicas passando a exigir em público o que Cavaco Silva tinha pedido em privado, dando lugar ao receio de estarmos perante um caso de inside trading político. Mais recentemente Manuela Ferreira Leite foi aos Açores afirmar que a questão do estatuto podia levar a um conflito institucional.
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Foi palpite ou Manuela Ferreira Leite já sabia nessa altura que Cavaco ia fazer esta intervenção. Se uma coincidência é aceitável, duas coincidências são demais. É muito grave que a agenda de Cavaco Silva seja a mesma que a de Manuela Ferreira Leite e que isso não resulte do acaso.
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Esta intervenção de Cavaco Silva não passou do primeiro tempo de antena da campanha de Manuela Ferreira Leite, que desde o congresso do PSD só apareceu duas vezes em público, precisamente para antecipar as intervenções de Cavaco Silva. Esta articulação entre Cavaco e a líder do PSD é uma atentado mais grave do que qualquer constitucionalidade em questões de lana caprina.
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O Cavaco que prometeu ajudar o governo quando precisou de votos e nunca o fez, decidiu agora usar o seu poder para ajudar Manuela Ferreira Leite, não hesitando em lançar uma crise institucional. Este é o momento mais baixo da Presidência da República desde que lá deixou de estar o banana do Américo de Tomaz. (In O JUMENTO)
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