quarta-feira, 9 de julho de 2008

Ensino Superior - sem rei nem roque...

-
Cursos em horário pós-laboral cresceram 60 por cento
Medicina tem 1614 vagas, mais 151 do que no ano anterior

-
As universidades e politénicos públicos disponibilizam 50.777 vagas para o próximo ano lectivo. Mais 1505 em relação ao ano passado. É sobretudo nas áreas das Ciências e Tecnologias e das Ciências Sociais que aumenta a oferta. Este ano há mais 151 lugares em Medicina, o curso que tradicionalmente tem as médias de admissão mais altas segundo a lista das vagas para a primeira fase do concurso nacional de acesso ontem disponibilizada à comunicação social pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
-
O aumento de 15 por cento de lugares deve-se sobretudo à subida da oferta no ensino superior politécnico que põe mais 1166 lugares à disposição dos estudantes (ao todo são 24.018). As universidades disponibilizam 26.759 vagas, mais 339 do que em 2007.
-
Outro reflexo deste aumento verifica-se na oferta de cursos em horário pós-laboral. As vagas passaram de 2160 para 3471, ou seja, mais 60,7 por cento do que no ano anterior. Também aqui são os politécnicos que mais aderiram a esta opção. Por exemplo, o curso de Tecnologias e Gestão Industrial, no politécnico de Setúbal aumentou de 33 para 80 lugares; mais 32 vagas oferece o politécnico de Viseu no seu curso de Comunicação Social onde poderão sentar-se 72 novos alunos.
-
Notas do Papa Açordas: Não se compreende que o Ministério da Ciência aumente o número de vagas em cursos que, há muito, tem excesso de licenciados, e um enorme desemprego, por exemplo: Direito, cursos de letras e ciências sociais. Ao aumentar o número de vagas no ensino público, o Ministério está a dar mais uma machadada no ensino privado. Recorde-se que, já no ano passado, o número de vagas foi superior ao número de concorrentes, tendo grande parte dessas vagas, sido preenchidas com recurso a uma maior abertura aos alunos do AD-HOC...Por outro lado, como pode o governo querer mais alunos nas universidades se, todos os anos, lhes corta nos orçamentos?
-

1 comentário:

SILÊNCIO CULPADO disse...

E já agora, para quê cursos no pós-laboral se o mercado de trabalho, tal como está, não é compatível com a figura de trabalhador estudante?

Abraço