quinta-feira, 17 de julho de 2008

Pobres?!!!

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Quinta da Fonte
Rendas simbólicas por pagar
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Cerca de 90% da população activa residente na Quinta da Fonte beneficia do Rendimento Social de Inserção, de acordo com dados da Câmara Municipal de Loures. E muitos, apesar de pagarem rendas de 4,26 euros por mês, devem neste momento à autarquia quantias que chegam aos oito mil euros, apurou o CM junto da Divisão Municipal de Habitação. Quer isto dizer que, desde que foram alojados na freguesia da Apelação, em 1997, muitos dos que beneficiaram do Programa Especial de Realojamento nunca cumpriram com o acordado.
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No entanto, basta passar pelo bairro – que voltou a ser notícia depois dos tiroteios da semana passada – para ver automóveis e carrinhas novos cujo valor ultrapassa, em vários casos, os 30 mil euros.
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O presidente da Junta de Freguesia da Apelação admitiu ontem ao CM que durante a recolha de dados para os Census 2001, em que ajudou os técnicos a fazer o levantamento dos dados na Quinta da Fonte, viu "casas muito bem apetrechadas. Mais equipadas do que as de muitos habitantes, que tiveram de pagar para viver naquele bairro", diz José Alves. Ainda esta semana, um elemento da comunidade cigana que usufrui do Rendimento Social de Inserção queixava-se à imprensa de ter visto a sua casa assaltada. "Até o [televisor de] plasma levaram" lamentava.
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Na Quinta da Fonte, onde residem 2500 pessoas – vive também uma minoria que pagou para ter casa. São cerca de 350 pessoas que em 1995 se inscreveram na cooperativa de habitação que fez nascer o bairro. Na altura pagaram 600 contos (3000 euros) e continuaram a pagar rendas que chegam hoje aos 220 euros. No total, essas casas custaram entre 45 mil e 60 mil euros, dependendo da dimensão. Hoje, de acordo com o Imposto Municipal sobre Imóveis, valem 35 mil euros.
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O CM ouviu relatos de desânimo: "Quando se soube que o bairro ia servir para alojamento social, houve quem se apressasse a vender as casas." Quem não o fez –"porque acreditou nas promessas da Câmara" – nunca mais conseguiu vender. Eagora, "nem a família convidamos para vir cá". (Correio da Manhã)
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Notas do Papa Açordas: Este artigo vem complementar o que O JUMENTO escreveu na passada terça-feira, e que nós transcrevemos, intitulado "Pobres de primeira e pobres de segunda classe". Não há dúvida que os técnicos do Rendimento Social de Inserção deviam de fazer uma rigorosa fiscalização, e ter muito mais cuidado na sua atribuição. Mas, infelizmente, o facto de pertencer a determinada etnia, é determinante para a atribuição daquele subsídio ad-eternum...Será?
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