quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Isabel Pires de Lima

Uma ministra contestada entre a rua e a Internet

Quando a substituição de Isabel Pires de Lima foi ontem anunciada, eram já 2787 os subscritores de uma petição lançada na Internet no final de Dezembro, a exigir a José Sócrates que remodelasse a ministra por alguém que assegurasse "um projecto consistente para a Cultura em Portugal". Era a mais recente de uma série de contestações, com maior ou menor expressão pública, que atribularam quase permanentemente o mandato de Pires de Lima.
-
A professora universitária no Porto e reconhecida queirosiana não teve vida fácil na sua passagem pela Cultura. O seu primeiro momento de conflito foi com o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, e o pretexto foi a impugnação, pelo Ippar, da saída do túnel de Ceuta junto ao Museu Soares dos Reis. A polémica prolongou-se por meses, mas haveria de resolver-se, ao que se crê, com a intervenção do próprio Sócrates e com o que na altura foi visto como um "pacto" entre Pires de Lima e Rio, com este a aceitar o regresso de Pedro Burmester à Casa da Música, e aquela a desbloquear a saída do túnel.
-
A criação da Fundação Casa da Música surgiria como uma primeira vitória da ministra na extensa lista dos dossiers que tinha pela frente, a que se seguiram o bom encaminhamento dos processos dos museus de Foz Côa e do Douro. Mas, seria na capital, que os problemas começaram a surgir. Entre eles, avultou a contestação, na rua, à substituição de António Lagarto por Carlos Fragateiro na direcção do Teatro D.Maria II, bem como a acusação de que outras substituições depois verificadas em organismos nacionais (Ippar, Instituto Português do Livro, Biblioteca Nacional) estavam feridas de critérioss "político-partidários". Ainda em 2005, Pires de Lima anunciou uma grande aposta na área dos museus - a instalação em Lisboa duma filial do histórico Hermitage, de S.Petersburgo. Facto que, associado ao acordo, no ano seguinte, com o empresário Joe Berardo para o depósito da sua colecção de arte no CCB, levantou dúvidas quanto à gestão das verbas da Cultura, num quadro em que os museuas nacionais se viam obrigados a fechar salas por falta de pessoal.
-
Já no Verão passado, as substituições do italiano Paolo Pinamonti no Teatro São Carlos e de Dalila Rodrigues no Museu de Arte Antiga, reacenderam a contestação política à ministra, diminuindo ainda mais a sua margem de manobra. Mesmo que Isabel Pires de Lima reclamasse a eficácia da aplicação do PRACE no seu ministério, e reivindicasse para si "uma capacidade de execução orçamental sem paralelo na Cultura". (Público)
-
Nota do Papa Açordas: Esta ministra até não tem um curriculum muito mau, comparado com outros que ficaram no governo. Tal como o funcionário que chama: o próximo!...

Sem comentários: