sábado, 26 de janeiro de 2008

As respostas que Nunes não quis dar

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O chefe da ASAE deu explicações aos deputados, mas fugiu a muitas perguntas incómodas

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Algumas das perguntas dos deputados a que António Nunes não respondeu.
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Segundo dados da Comissão de Aplicação de Coimas em Matéria Económica e de Publicidade (CACMEP), a maioria dos processos da ASAE acaba arquivada (85% das coimas são contestadas. Destas, apenas 10% dão condenações em Tribunal). Qual é a eficácia das acções da ASE?
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Nunes, que é vogal da CACMEP, não desmentiu estes números, apenas disse que tem outras informações. Mas não concretizou.
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Quantos empregos se perderiam se se concretizase a ameaça de Nunes de fechar 50% dos restaurantes?
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O inspector-geral reconheceu que "a expressão não foi feliz". O que queria dizer é que 50% dos restaurantes vão ter que se modernizar ou fecharão. Como referiu Mota Soares, do CDS, foi um estranho "lapso", pois Nunes disse o mesmo em três momentos: uma sessão de esclarecimento e duas entrevistas. Apesar da sua visão crítica, Nunes afirmou depois que "a nossa restauração é das melhores", com "taxas de incumprimento de apenas 15%, a maioria por questões administrativas". A contradição entre as duas opiniões ficou por esclarecer.
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Com que autoridade afirmou Nunes que quem não gosta das regras da ASAE pode emigrar?
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A questão ficou sem resposta.
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Um estabelecimento da margem sul, com alvará do Governo Civil mas não da Câmara, foi encerrado. Após 19 meses fechado, foi multado em 50 euros. "Não há aqui actuação irrazoável"?
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Nunes não respondeu a este caso mas assumiu que "se houve" algum caso em que um estabelecimento tenha sido encerrado por falta de licenças, por responsabilidade das autoridades, isso seria "um erro inadmissível".
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Numa escola da Beira Interior, a ASAE fechou a cantina à hora do almoço. 250 crianças ficaram sem comer até às 5 da tarde, hora a que os inspectores foram embora com amostras das refeições. "Não é falta de bom senso?"
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Sem resposta.
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Por que razão a ASAE não multa hotéis que não têm licença de utilização turística, bastando que esta tenha sido pedida, mas multa agências de viagens que mandam clientes para esses hotéis?
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Sem resposta.
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Porquê a "obsessão" por aparecer nos "media" em "operações espectaculares"?
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"Alguém tinha de dar a cara e decidimos que era melhor concentrar numa pessoa", explicou Nunes, que fugiu à questão do excesso de mediatismo das acções da ASAE e do prejuízo que isso pode trazer para os inspecionados.
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Quando a ASAE chega às inspecções com os jornalistas, não viola o dever de confidencialidade a que está sujeita?
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Sem resposta. (Expresso)
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Nota do Papa Açordas: Este sujeito já devia ter sido metido na ordem, isto é, encaminhado para a porta de saída...

3 comentários:

Tiago R Cardoso disse...

Não tive a oportunidade de apreciar tão elucidativo depoimento, pelos vistos não perdi nada, visto que ele não disse nada...

A. João Soares disse...

Ele disse o suficiente para se ver a arrogância e o sadismo das actuações policiais e de inspecção. Não nos esqueçamos que um relatório do Inspector das polícias (IGAI) dizia que os polícias vêem em cada cidadão um perigoso criminosos.. Agora, com a fobia do «terrorismo», em vez de procurarem saber as causas dele, pretendem cercear as liberdades de toda a gente. Há pouco ouvi na TV que se um carro aparecer numa fronteira com irregularidades na documentação isso será imediatamente do conhecimento de todos os Estados da UE!!!
Quem nos garante que essa tecnologia não será utilizada por um agente vingativo contra um individuo que persegue, por motivo pessoal fútil? Ficaremos todos inibidos de pensar e de falar, mas, haja optimismo, não haverá terrorismo!!!
São uns brincalhões os das polícias e da ASAE...
Um abraço

Rui Caetano disse...

MUito bem feito. Afinal nada.