Tibete: portuguesa estava lá
O relato de uma turista portuguesa que acompanhava cerca de 50 monges, pouco antes dos actos de violência. À TSF, Clara recorda a agressividade da polícia, o medo dos tibetanos e o que aconteceu a turistas belgas que se atreveram a contar num blogue as agressões que presenciaram.
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Uma turista portuguesa que estava no Tibete na altura em que a polícia chinesa carregou sobre monges tibetanos nos arredores de Lhasa, há cerca de uma semana, contou à TSF que a polícia chinesa apareceu de repente e que não há provas fotográficas destes acontecimentos. Explicou também que uns belgas que estavam com eles tiveram muitos problemas por terem contado num blogue outros confrontos que tinham presenciado noutra cidade.
O relato de uma turista portuguesa que acompanhava cerca de 50 monges, pouco antes dos actos de violência. À TSF, Clara recorda a agressividade da polícia, o medo dos tibetanos e o que aconteceu a turistas belgas que se atreveram a contar num blogue as agressões que presenciaram.
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Uma turista portuguesa que estava no Tibete na altura em que a polícia chinesa carregou sobre monges tibetanos nos arredores de Lhasa, há cerca de uma semana, contou à TSF que a polícia chinesa apareceu de repente e que não há provas fotográficas destes acontecimentos. Explicou também que uns belgas que estavam com eles tiveram muitos problemas por terem contado num blogue outros confrontos que tinham presenciado noutra cidade.
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À TSF, Clara Piçarra, que estava acompanhada por Miguel Sacramento, também português, explicou que, pouco antes da carga policial, um monge lhe tentou passar uma mensagem num papel: «Ele escreveu uma frase e sempre que passávamos por alguém ele escondia um papel e afastava-se de nós. Nunca percebemos o que ele estaria a escrever, porque ele não nos conseguia explicar».
À TSF, Clara Piçarra, que estava acompanhada por Miguel Sacramento, também português, explicou que, pouco antes da carga policial, um monge lhe tentou passar uma mensagem num papel: «Ele escreveu uma frase e sempre que passávamos por alguém ele escondia um papel e afastava-se de nós. Nunca percebemos o que ele estaria a escrever, porque ele não nos conseguia explicar».
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A turista adiantou ainda que, à passagem de uma mota, o monge acabou por riscar o que tinha escrito no papel, numa altura em que já se concentravam cerca de meia centena de monges que estavam apenas acompanhados por estes portugueses. Os monges, contou esta portuguesa, estavam muito felizes por irem a Lhasa celebrar um dia muito importante para eles, o Dia do Tibete.
A turista adiantou ainda que, à passagem de uma mota, o monge acabou por riscar o que tinha escrito no papel, numa altura em que já se concentravam cerca de meia centena de monges que estavam apenas acompanhados por estes portugueses. Os monges, contou esta portuguesa, estavam muito felizes por irem a Lhasa celebrar um dia muito importante para eles, o Dia do Tibete.
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Quando se aproximaram do final da rua, os monges começaram a ser rodeados por um forte contingente, formado por militares e polícias chineses, que formaram imediatamente um cordão policial.
Quando se aproximaram do final da rua, os monges começaram a ser rodeados por um forte contingente, formado por militares e polícias chineses, que formaram imediatamente um cordão policial.
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«Viram que estávamos no meio dos monges. Era muito fácil verem-nos, porque éramos os únicos vestidos de outra maneira e os únicos ocidentais. Mas não sabíamos o que estava a acontecer. Fomos completamente apanhados desprevenidos», adiantou.
«Viram que estávamos no meio dos monges. Era muito fácil verem-nos, porque éramos os únicos vestidos de outra maneira e os únicos ocidentais. Mas não sabíamos o que estava a acontecer. Fomos completamente apanhados desprevenidos», adiantou.
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Clara Piçarra e Miguel Sacramento foram retirados do meio dos monges pelas autoridades chinesas e colocados no outro lado da estrada, tendo insistentemente perguntado o que se estava a passar.
Clara Piçarra e Miguel Sacramento foram retirados do meio dos monges pelas autoridades chinesas e colocados no outro lado da estrada, tendo insistentemente perguntado o que se estava a passar.
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Depois, começaram a chegar jipes com cinco homens cada um, todos sem farda, que em «cinco minutos» fecharam as lojas das redondezas e tiraram as pessoas de dentro de casa. «Limparam completamente o local de testemunhas. Fomos todos obrigados a continuar a andar e a descer a rua. Não houve a mínima hipótese de voltar atrás», continuou.
Depois, começaram a chegar jipes com cinco homens cada um, todos sem farda, que em «cinco minutos» fecharam as lojas das redondezas e tiraram as pessoas de dentro de casa. «Limparam completamente o local de testemunhas. Fomos todos obrigados a continuar a andar e a descer a rua. Não houve a mínima hipótese de voltar atrás», continuou.
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A turista portuguesa contou ainda que nesse momento sempre que tentavam levantar a máquina fotográfica para tirar fotografias foram sempre impedidos de o fazer. «Não respondiam a nada que perguntássemos. Era como não nos perguntassem nada. Tudo isto foi rápido, em cerca de dez minutos», lembrou. Com os tibetanos foi igual, também não falavam. Tinham muito medo.
A turista portuguesa contou ainda que nesse momento sempre que tentavam levantar a máquina fotográfica para tirar fotografias foram sempre impedidos de o fazer. «Não respondiam a nada que perguntássemos. Era como não nos perguntassem nada. Tudo isto foi rápido, em cerca de dez minutos», lembrou. Com os tibetanos foi igual, também não falavam. Tinham muito medo.
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Clara Piçarra explicou também que não há provas de nada daquilo que aconteceu, uma vez que as poucas fotografias que conseguiu tirar foram apreendidas pelas autoridades. «Eles não deixaram que ninguém assistisse. Vimos algumas imagens que acho não são públicas. Não temos essas imagens e não vamos tê-las», acrescentou a turista, que diz já ter visto fotografias sobre o que se passou no mosteiro, mas já quando se encontravam no Nepal.
Clara Piçarra explicou também que não há provas de nada daquilo que aconteceu, uma vez que as poucas fotografias que conseguiu tirar foram apreendidas pelas autoridades. «Eles não deixaram que ninguém assistisse. Vimos algumas imagens que acho não são públicas. Não temos essas imagens e não vamos tê-las», acrescentou a turista, que diz já ter visto fotografias sobre o que se passou no mosteiro, mas já quando se encontravam no Nepal.
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Apesar de tudo isto, a turista portuguesa garantiu à TSF que nunca temeu pela sua vida no Tibete, apesar do clima de intimidação: impedimento em sair do hotel e «controlo sistemático» feito pela polícia.
Apesar de tudo isto, a turista portuguesa garantiu à TSF que nunca temeu pela sua vida no Tibete, apesar do clima de intimidação: impedimento em sair do hotel e «controlo sistemático» feito pela polícia.
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Clara Piçarra lembrou ainda o sentimento de impotência por não ter podido fazer nada a favor dos monges e contra a agressividade das autoridades chinesas.
Clara Piçarra lembrou ainda o sentimento de impotência por não ter podido fazer nada a favor dos monges e contra a agressividade das autoridades chinesas.
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A turista portuguesa recordou ainda a preocupação dos turistas belgas que estavam no mesmo hotel. Escreveram num blogue outros actos de violência que tinham presenciado e, a partir daí, tudo mudou. O blogue foi encerrado e quando tentaram sair, mandaram-nos despir, tiveram de mostrar tudo o que tinham e não os queriam deixar sair do Tibete. (Portugal Diário)
A turista portuguesa recordou ainda a preocupação dos turistas belgas que estavam no mesmo hotel. Escreveram num blogue outros actos de violência que tinham presenciado e, a partir daí, tudo mudou. O blogue foi encerrado e quando tentaram sair, mandaram-nos despir, tiveram de mostrar tudo o que tinham e não os queriam deixar sair do Tibete. (Portugal Diário)
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Nota do Papa Açordas: O que pedimos para Timor queremos para o Tibete: LIBERDADE!!! Preocupa-nos o silêncio ensurdecedor do governo português perante este atentado aos direitos humanos, e à independência do povo tibetano. Nós, portugueses, queremos a independência do Tibete, tal como, em devido tempo, a exigimos para Timor.
1 comentário:
Apoiado! Mas também não sei até que ponto a posição do governo português servirá para alguma coisa...
Saudações do Marreta.
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