BOICOTAR OU NÃO OS JOGOS OLÍMPICOS?
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Em relação aos acontecimentos recentes no Tibete vão-se desenhando duas posições claras quanto ao boicote dos Jogos Olímpicos de Pequim, os que defendem que a presença inflige maiores incómodos ao regime chinês e os que são pelo seu boicote.
Em relação aos acontecimentos recentes no Tibete vão-se desenhando duas posições claras quanto ao boicote dos Jogos Olímpicos de Pequim, os que defendem que a presença inflige maiores incómodos ao regime chinês e os que são pelo seu boicote.
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Os que defendem a realização dos jogos têm alguma razão nos seus argumentos, a presença nos jogos poderá ser uma oportunidade de os aproveitar contra o regime. Partem do pressuposto de que com o boicote se prejudicariam os atletas e perder-se-ia essa oportunidade de prejudicar um regime repressivo.
Os que defendem a realização dos jogos têm alguma razão nos seus argumentos, a presença nos jogos poderá ser uma oportunidade de os aproveitar contra o regime. Partem do pressuposto de que com o boicote se prejudicariam os atletas e perder-se-ia essa oportunidade de prejudicar um regime repressivo.
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Esta posição revela alguma ingenuidade, quase somos levados a pensar que os jogos são um pesadelo para o regime chinês, enquanto o boicote seria um processo quase instantâneo que se esgotaria rapidamente. Se o que está em causa é denunciar um regime que não tem o menor respeito pelos direitos humanos, a não ser para efeitos cosméticos, o boicote será a melhor estratégia, é, aliás, a que mais preocupa os dirigentes chineses e os seus representantes oportunistas que por aí vão aparecendo.
Esta posição revela alguma ingenuidade, quase somos levados a pensar que os jogos são um pesadelo para o regime chinês, enquanto o boicote seria um processo quase instantâneo que se esgotaria rapidamente. Se o que está em causa é denunciar um regime que não tem o menor respeito pelos direitos humanos, a não ser para efeitos cosméticos, o boicote será a melhor estratégia, é, aliás, a que mais preocupa os dirigentes chineses e os seus representantes oportunistas que por aí vão aparecendo.
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Um boicote infligiria um prejuízo efectivo, impediria a China de mostrar o que quer como sendo o seu lado bom, faria perceber aos seus dirigentes que o desrespeito pelos direitos humanos tem um custo elevado. Ao contrário do que alguns parecem dar a entender, um boicote seria um processo moroso que obrigaria muitos governos a assobiar para o ar a tomarem uma posição, nem que o fizessem escondidos atrás de uma posição colectiva.
Um boicote infligiria um prejuízo efectivo, impediria a China de mostrar o que quer como sendo o seu lado bom, faria perceber aos seus dirigentes que o desrespeito pelos direitos humanos tem um custo elevado. Ao contrário do que alguns parecem dar a entender, um boicote seria um processo moroso que obrigaria muitos governos a assobiar para o ar a tomarem uma posição, nem que o fizessem escondidos atrás de uma posição colectiva.
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Se o que está em causa são os direitos humanos é o boicote a única solução defensável até porque a realização dos jogos na China é incompatível com o espírito olímpico, essa decisão só foi tomada porque os jogos se transformaram num imenso negócio onde os atletas pouco representam.
Se o que está em causa são os direitos humanos é o boicote a única solução defensável até porque a realização dos jogos na China é incompatível com o espírito olímpico, essa decisão só foi tomada porque os jogos se transformaram num imenso negócio onde os atletas pouco representam.
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A realização dos jogos acabará por favorecer a China, os protestos não passarão de manifestações marginais rapidamente apagadas por uma imensa máquina publicitária alimentada pelas grandes marcas desportivas. Os nacionalismos empenhados em conquistar medalhas não vão querer que essas medalhas fiquem sujas por protestos. E quem se lembrar de protestar na própria China vai passar por uma má experiência.
A realização dos jogos acabará por favorecer a China, os protestos não passarão de manifestações marginais rapidamente apagadas por uma imensa máquina publicitária alimentada pelas grandes marcas desportivas. Os nacionalismos empenhados em conquistar medalhas não vão querer que essas medalhas fiquem sujas por protestos. E quem se lembrar de protestar na própria China vai passar por uma má experiência.
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Se queremos ser solidários com os tibetanos, com os que foram chacinados na Praça Tien An Men ou com os que são perseguidos pelo capitalismo de estado chinês a solução é o boicote. Ao menos ficamos a saber quem está contra e quem está a favor. (O JUMENTO)
Se queremos ser solidários com os tibetanos, com os que foram chacinados na Praça Tien An Men ou com os que são perseguidos pelo capitalismo de estado chinês a solução é o boicote. Ao menos ficamos a saber quem está contra e quem está a favor. (O JUMENTO)
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Nota do Papa Açordas: Nós somos partidários do boicote. É inconcebível o que a China está a fazer no Tibete, e só com um boicote dos países que respeitam a liberdade, e onde há respeito pela vida humana, pode abalar a consciência dos autores do massacre de Tiannmen. Ao estarem presentes, estão a colaborar com um regime sanguinário e ditadorial.
2 comentários:
mas não será melhor participar para depois lá dentro poder fazer alguma barulho ?
Esta é só mais uma prova de que, os Jogos Olímpicos há muito que perderam o seu espírito inicial. Há já muito tempo que cedeu aos interesses económicos, e começa logo com a escolha da cidade anfitriã.
Está agora a dar na RTPN que a China vai permitir a presença de observadores no Tibete. Mas alguém tem dúvidas de que a represão pode ser escondida e a verdade manipulada? Alguém tem dúvidas que durante a realização dos JO, os dissidentes vão ser ocultados?
Basta-nos olhar para 1936, para os JO de Berlim, e ver que a realização dos Jogos não causou qualquer mossa no regime vigente.
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