PS e oposição madeirense contestam Jaime Gama
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A comissão regional do PS-Madeira aprovou ontem, por unanimidade, um voto de protesto contra os elogios de Jaime Gama a Alberto João Jardim. Toda a oposição madeirense, do CDS--PP ao PCP, contesta tais declarações do presidente da Assembleia da República, na abertura do Congresso Nacional da Anafre, considerando-as inoportunas e desajustadas ao tom institucional do discurso proferido nessa qualidade.
"Elogiar alguém que tem perseguido madeirenses, ofendido sistematicamente os seus adversários políticos, atentado constantemente contra a unidade da pátria [...] é, no mínimo, uma falta de respeito para com os princípios indeléveis que enformam o socialismo democrático, como sejam a liberdade e a democracia, a que todos estão vinculados quando aderem ao Partido Socialista, quanto mais um dos seus fundadores", diz o voto de protesto dos socialistas madeirenses, proposto pelo líder do PS-M, João Carlos Gouveia.
Segundo o órgão máximo dos socialistas madeirenses entre congressos, "o camarada Jaime Gama ofendeu todos os cidadãos deste país, particularmente aqueles que, na Região Autónoma da Madeira, têm sido severamente prejudicados, no seu corpo e na sua alma, pelo exercício autocrático do poder regional vigente, já lá vão 30 anos".
Também o líder do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, estranha "muito que o dr. Jaime Gama tenha inflectido a sua posição, passando de um crítico da democracia na Madeira a um apoiante, praticamente incondicional, do dr. Jardim, que antes apelidou de Bokassa [ditador da República Centro--Africana de 1966 até a sua deposição, em 1979]". Segundo o comunista Leonel Nunes, tal mudança "só poderá vir de alguém ligado ao poder e que também tem rabos de palha". Para Guida Vieira, do Bloco de Esquerda, "isto é o máximo da hipocrisia e contribui para a descredibilização da política e dos políticos".
Após a reunião da comissão regional do PS-Madeira, o seu presidente, António Rosa, acusou Gama de pôr em causa as denúncias de toda a oposição regional sobre o défice democrático na Madeira. Dessa situação ainda actual, Rosa deu como exemplo o facto de, na própria assembleia regional, o PSD chumbar o nome do deputado proposto pelo PS-M para a vice-presidência a que tem direito, contrariando os princípios elementares da democracia representativa. (Público)
Nota do Papa Açordas: Um homem que apelidou Alberto João Jardim de Bokassa, e agora vem cantar loas à sua acção, não pode estar bom da cabeça... Então já esqueceu o défice de democracia existente na Madeira? Já esqueceu as perseguições aos madeirenses que não são laranja? As constantes ofensas aos mais altos dignatários da Nação? Jaime Gama já não se lembra? Então, procure remédio para a sua cura...