segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O País real: Mãe e filhas na miséria...

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Mirandela - tomam banho no rio tua e dependem da caridade dos vizinhos
Mãe e filhas na miséria
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É mais uma história de miséria, no coração transmontano. Uma mãe e três filhas vivem na mais absoluta degradação, num casebre sem água, luz ou casa de banho. O rio Tua serve para se lavarem, enquanto os ratos passeiam pela casa.
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Maria Olímpia Alfaiate, de 34 anos, não esconde a tristeza. "Vamos ao rio para nos lavarmos. Tentamos andar limpas", assegura a moradora da aldeia de Quintas, em Mirandela, que vive da agricultura e que só recebe o abono de família para apoiar as menores.
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"No Verão, ainda aguentamos. Agora no Inverno... Já viu o que é tomar banho com geada à nossa volta?", pergunta a mulher. As filhas – Raquel de 18 anos, Filipa de 16 e Isabel de 15 – partilham a desgraça. A mais nova – surda e muda – só vem ao fim-de-semana a casa, depois de ter sido acolhida numa unidade da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral, no Porto.
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Para chegar ao rio, esta família percorre cerca de 300 metros. "Às vezes ainda aquecemos água no fogão e tomamos banho nos alguidares. Por sua vez, as necessidades fazemos nos bacios que depois despejamos no mato", assegura Maria Olímpia, realçando outras carências: "No Inverno ou nos dias de mais chuva, a água entra em casa e tenho de pedir à minha irmã para nos deixar dormir na sua casa", conclui.
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PORMENORES
Ajuda da aldeia
Na aldeia, os moradores ajudam como podem. Vão dando a Maria Olímpia alguns bens alimentares e roupas para as filhas.
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Ratos na casa
Maria Olímpia recorda-se de estar grávida e de ver os ratos a passearem em cima do seu corpo. "Não há forma de evitar que entrem na casa", lamenta.
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Casa está ilegal
As respostas sociais neste caso são nulas, muito por culpa de a casa estar ilegal. "Mas se não tenho dinheiro, como posso resolver o problema?", pergunta a mulher. (Correio da Manhã)
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Nota do Papa Açordas: Este é o Portugal real a que o sr.Sócrates nunca se refere, o Portugal da miséria, muitas vezes provocada pelas políticas desastrosas deste governo. É de realçar que esta família apenas recebe o abono de família das menores, nem sequer recebe o rendimento mínimo, o tal que é pago, com tanta ligeireza, aos ciganos da Quinta da Fonte e, de um modo geral, aos de todo o país...Senhores governantes, não liguem apenas aos ciganos...liguem também aos portugueses...
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3 comentários:

Anónimo disse...

talvez quando formos considerados minoria também...já faltou menos..

Tiago R Cardoso disse...

alguém viu o paraíso rosa ?

Anónimo disse...

Peço perdão por ir contra corrente num aspecto ... é verdade que o quadro humano é lastimável e indigno, mas não é verdade que seja o facto de a casa (?) ser ilegal que impede que sejam ajudas.
Mais, nos termos do RJUE a competência em matéria de licenciamento urbanístico é das autarquias.
A de Mirandela está à espera de quê?