quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Coelho, Nabo e Amaral - tudo bons rapazes...

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Murteira Nabo foi nomeado para liderar comissão técnica
Ex-ministros defendem Lusoponte na renegociação com o Estado

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A renegociação do contrato de concessão à Lusoponte da gestão e exploração das travessias rodoviárias do rio Tejo vai ter na defesa dos interesses da empresa Jorge Coelho e Ferreira do Amaral, os dois ministros das obras públicas que negociaram em representação do Estado o contrato de concessão e os acordos de reequilíbrio com a empresa.
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A coincidência ocorre numa altura em que se avizinham novas negociações, por causa da decisão de instalar um tabuleiro rodoviário na terceira travessia do Tejo, a construir entre Chelas e o Barreiro. Mas as coincidências não acabam: quem vai liderar a comissão técnica criada pelo Executivo para decidir estas negociações é Murteira Nabo, actual chairman da Galp, e, ele próprio, anterior ministro do Equipamento Social no primeiro governo de António Guterres.
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Ferreira do Amaral, ministro das Obras Públicas do governo de Cavaco Silva, que lançou o concurso público internacional para a construção da Vasco da Gama, e que assinou em 1994 o contrato de concessão com a Lusoponte, é hoje o presidente do conselho de administração da empresa.
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Jorge Coelho, ministro do Equipamento Social de Guterres, que negociou em 2001 um acordo global com a empresa para pôr fim a sucessivos pedidos de reequilíbrio financeiro, é hoje o líder executivo da Mota-Engil, a empresa que é a principal accionista da Lusoponte, com uma posição de 38,02 por cento. Confrontado pelo PÚBLICO com o facto de a Mota-Engil passar, agora, a ser a principal interlocutora do Governo nas negociações por causa da terceira travessia do Tejo, Jorge Coelho desvalorizou a questão: "Quem vai discutir com o Governo é a Lusoponte, e não a Mota-Engil."
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Nota do Papa Açordas: Quero crer que as negociações irão correr da melhor forma possível e que o Estado, desta vez, não irá sair prejudicado. Mas as esperanças são poucas ou nenhumas, dados os pesos pesados em presença no tabuleiro, e os conhecimentos que têm no aparelho do Estado e do governo. Por isso, as empresas os contrataram...
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5 comentários:

Beko the Great disse...

Eles orientam-se bem e o resto é conversa!

Anónimo disse...

Tudo bons rapazes e com o seu remate final a ficar na lista dos desejos!
Eles vão lá arranjar maneira de defender melhor o interesse público que os interesses particulares ...

Peter disse...

Ora aí está:
"Por isso, as empresas os contrataram..."

Tiago R Cardoso disse...

vão correr da melhor forma para os privados, sem duvida.

Mariazinha disse...

As dividas politicas têm que se pagar...

Um abraço