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Currículos estrangeiros
Ministério sabia que subida das notas a alunos do 12.º era ilegal
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Os serviços de acesso ao ensino superior, tutelados pelo ministro Mariano Gago, sabem, pelo menos desde 3 de Setembro, que os certificados de equivalência ao 12.º que receberam dos serviços do Ministério da Educação, referentes a alunos de alguns currículos estrangeiros, foram calculados de forma ilegal. Isto, por se basearem numa proposta de lei que não estava, e não está, em vigor.
Ministério sabia que subida das notas a alunos do 12.º era ilegal
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Os serviços de acesso ao ensino superior, tutelados pelo ministro Mariano Gago, sabem, pelo menos desde 3 de Setembro, que os certificados de equivalência ao 12.º que receberam dos serviços do Ministério da Educação, referentes a alunos de alguns currículos estrangeiros, foram calculados de forma ilegal. Isto, por se basearem numa proposta de lei que não estava, e não está, em vigor.
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Mas, a avaliar pelas respostas enviadas ao PÚBLICO na passada segunda-feira, 22 de Setembro, pelo director-geral do Ensino Superior, António Mourão, nada foi feito. "A Direcção-Geral do Ensino Superior aceita como válidos todos os documentos equivalentes ao 12.º ano, devidamente autenticados pelas entidades emissoras que têm competência para tal", lia-se na resposta escrita. Garantia-se ainda que não tinha sido comunicada, "por parte destas entidades, qualquer situação de erro de serviço ou eventualmente irregular".
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Ora, no dia 3 de Setembro, o coordenador do Gabinete de Assuntos Jurídicos e de Concessão de Equivalências da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC), Pedro Martins, tinha informado Acácio Baptista, director de Serviços do Acesso ao Ensino Superior e a pedido deste, o seguinte: "Os cálculos das classificações das equivalências das habilitações obtidas pelos alunos nas escolas estrangeiras sediadas em Portugal foram efectuadas com base na proposta de portaria a cujo envio oportunamente procedemos a esses serviços."
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Nota do Papa Açordas: Como é possível estas coisas acontecerem? Basearem-se numa portaria, que ainda nem sequer está aprovada! Só nesta República das Bananas e dos bananas, Esperamos que, rapidamente, corrijam os certificados para não haver injustiças que atinjam outros alunos.
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2 comentários:
Se não se importam, corrijam a palavra "rápidamente" rapidamente. Não é acentuada.
A notícia publicada e os comentários ligeiros que se seguiram parecem ignorar o que é, efectivamente, o Bacharelato Internacional. Na verdade, os alunos são sujeitos a um currículo que é muito mais exigente em conteúdos, competências e avaliação. Em muitas disciplinas, os programas cobrem matérias que, em Portugal, só são leccionadas na faculdade. As notas finais são resultado de um rigoroso processo de avaliação que, na maioria dos casos, envolve três (!) exames escritos corrigidos no estrangeiro. Para terem diploma, além das disciplinas, os alunos têm de completar um programa que envolve serviço à comunidade, um curso de Teoria do Conhecimento e um trabalho de investigação que se assemelha a uma pequena tese universitária.
O Diploma do Bacharelato Internacional é reconhecido pelas grandes universidades internacionais (e.g. Harvard, Princeton, Yale, MIT) como o melhor currículo secundário do mundo (cfr. http://www.ibo.org). Muitas delas, têm condições de acesso especiais para estes alunos, dada a qualidade que lhes reconhecem.
Há uns tempos contaram-me uma pequena parábola. Um pescador apanhava caranguejos, que ia guardando num balde não tapado. Alguém lhe perguntou se não tinha medo que eles fugissem. «Não!», respondeu ele, «São caranguejos portugueses. Sempre que um começa a subir, os outros puxam-no logo para baixo».
A notícia e os comentários deixam-me triste. Aqueles que são os alunos acarinhados noutros países são, graças ao pacóvio provincianismo português, colocados em desvantagem no acesso às nossas universidades, em concorrência com colegas sujeitos a currículos laxistas e com notas de frequência oferecidas por professores generosos.
E não, não é uma elite de meninos ricos e corruptos. Alguns dos senhores fizeram comentários profundamente errados e, definitivamente, não sabem do que falam.
O artigo é de profunda infelicidade e injustiça. É o espelho de um país medíocre e mesquinho que insiste em permanecer na cauda da Europa, agarrado a preconceitos ideológicos anacrónicos.
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