Presidente da CAP acusa Jaime Silva de "cavar sepultura" dos agricultores
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O presidente da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP) acusou, ontem, o ministro da Agricultura de estar "a cavar a sepultura" dos agricultores e de ter um diálogo que visa "denegrir" o sector perante a opinião pública.
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João Machado falava no encerramento do V Colóquio Nacional do Milho, promovido pela Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS), em Tomar, lamentando que nenhum membro do Governo tivesse aparecido para ser confrontado com as ideias dos agricultores.
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Para João Machado, o anúncio do ministro da Agricultura, Jaime Silva, de que a crise não chegou ao sector, é de "propaganda" e visa descredibilizar os agricultores e "desculpar a ausência de políticas dos últimos quatro anos".
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"Temos uma política de ausência de apoios à agricultura e um diálogo perante a comunicação social e a opinião pública que visa denegrir os agricultores", apresentados como "receptores de subsídios", afirmou.
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O presidente da CAP lamentou que o III Quadro Comunitário de Apoio termine com a perda de cerca de 150 milhões de euros, verba que, apesar dos mais seis meses concedidos, não vai ser possível executar.
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A "teimosia" em aplicar a taxa dos recursos hídricos, adiada em Espanha para 2010, e os atrasos nos pagamentos, com "mais de mil agricultores sem receberem ajudas desde 2007", foram incluídos por João Machado no rol de "boas notícias" para o ministro.
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Afirmando que a política contra o sector "já ultrapassa a fronteira do Ministério da Agricultura", João Machado lamentou que o primeiro-ministro não responda "desde Agosto" à questão da electricidade verde, negociada directamente com José Sócrates.
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Para João Machado, nos últimos quatro anos, assistiu-se à "destruição total da capacidade técnica do Ministério da Agricultura", afirmando que parece ter havido uma "selecção dos melhores funcionários, dos que ajudavam mais os agricultores" no processo de reestruturação do Ministério.
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No seu entender, Jaime Silva deixa de herança ao próximo Governo a tarefa de "reconstituir a máquina que está hoje totalmente inoperante - não sei se de propósito".
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Lembrando que 2009 é um "ano especial, de eleições", o presidente da CAP frisou que a ausência dos agricultores "não pode ser notada".
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"Temos que demonstrar se queremos continuar a ter futuro ou desistir", afirmou. (Agroportal)
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