Adopção:
A pequena Ana chora pela família que a acolheu desde os três meses
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A técnica de serviço social com a menina ao colo, já dentro do carro, com a criança aos gritos a dirigir os braços para aquelas que sempre conheceu como mãe e avó; os agentes da PSP, confusos entre o dever e a emoção; Lurdes desesperada a suplicar que não lhe levem a pequenita; os vizinhos incrédulos com a violência inaudita da cena. Foi assim, ontem à tarde, que culminou a retirada da pequena Ana, de 3 anos, à família que a acolhia desde os três meses de idade.
A técnica de serviço social com a menina ao colo, já dentro do carro, com a criança aos gritos a dirigir os braços para aquelas que sempre conheceu como mãe e avó; os agentes da PSP, confusos entre o dever e a emoção; Lurdes desesperada a suplicar que não lhe levem a pequenita; os vizinhos incrédulos com a violência inaudita da cena. Foi assim, ontem à tarde, que culminou a retirada da pequena Ana, de 3 anos, à família que a acolhia desde os três meses de idade.
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"Telefonaram-me do tribunal para ir lá falar com a juíza e ficou combinado que iria pelas 14h30. Mas passado pouco tempo apareceram dois polícias que disseram que me iam levar ao tribunal nem que fosse à força. A menina ficou a dormir", contou Lurdes Osório, tentando pôr ordem nas ideias que a emoção ia confundindo.
"Telefonaram-me do tribunal para ir lá falar com a juíza e ficou combinado que iria pelas 14h30. Mas passado pouco tempo apareceram dois polícias que disseram que me iam levar ao tribunal nem que fosse à força. A menina ficou a dormir", contou Lurdes Osório, tentando pôr ordem nas ideias que a emoção ia confundindo.
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Lurdes sentou-se diante da juíza que a informou de que em poucas horas as técnicas da Segurança Social lhe iriam buscar a menina a casa. Ia ser cumprida a decisão judicial, confirmada após recurso, de entregar a menina a uma instituição até à sua adopção. Lurdes implorou, apelou, ingénua, aos sentimentos maternais da juíza. "Até lhe pedi para não ligar à lei, porque o que conta é o que é melhor para a menina, mas ela disse que tinha de ser assim", disse Lurdes.
Lurdes sentou-se diante da juíza que a informou de que em poucas horas as técnicas da Segurança Social lhe iriam buscar a menina a casa. Ia ser cumprida a decisão judicial, confirmada após recurso, de entregar a menina a uma instituição até à sua adopção. Lurdes implorou, apelou, ingénua, aos sentimentos maternais da juíza. "Até lhe pedi para não ligar à lei, porque o que conta é o que é melhor para a menina, mas ela disse que tinha de ser assim", disse Lurdes.
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A PSP levou a mulher de volta do Tribunal de Família e Menores do Porto até à residência, no largo Soares dos Reis, mesmo em frente ao cemitério do Prado de Repouso. Minutos depois, chegavam as técnicas de serviço social.
A PSP levou a mulher de volta do Tribunal de Família e Menores do Porto até à residência, no largo Soares dos Reis, mesmo em frente ao cemitério do Prado de Repouso. Minutos depois, chegavam as técnicas de serviço social.
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"A Ana Carolina dormia, acordou estremunhada e olhou espantada para as técnicas e para os polícias. Eu bem lhes roguei que não a levassem assim, a menina é doente, muito asmática, mas nada adiantou. Nem a roupinha dela levaram, estavam cheias de pressa. Dos polícias nada tenho a dizer, um deles até tinha lágrimas nos olhos, pois bem viu como a menina chamava por mim e até disse que tinha uma filha daquela idade", chorou Lurdes, inconformada.
"A Ana Carolina dormia, acordou estremunhada e olhou espantada para as técnicas e para os polícias. Eu bem lhes roguei que não a levassem assim, a menina é doente, muito asmática, mas nada adiantou. Nem a roupinha dela levaram, estavam cheias de pressa. Dos polícias nada tenho a dizer, um deles até tinha lágrimas nos olhos, pois bem viu como a menina chamava por mim e até disse que tinha uma filha daquela idade", chorou Lurdes, inconformada.
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A menina foi levada para o centro de adopção na rua do Campo Lindo, mas a luta jurídica pela posse da criança está longe de encerrada.
A menina foi levada para o centro de adopção na rua do Campo Lindo, mas a luta jurídica pela posse da criança está longe de encerrada.
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SEM PAIS DESDE O NASCIMENTO
SEM PAIS DESDE O NASCIMENTO
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Ana nunca desfrutou da companhia dos seus pais biológicos. Semanas após o nascimento, na Maternidade Júlio Dinis, no Porto, as técnicas de serviço social decidiram intervir, uma vez que ficou bem patente que a mãe não reunia condições para assumir a bebé. Michele, a brasileira paulista, então com 22 anos, angariava o seu sustento na noite portuense. O pai de Ana, dez anos mais velho do que Michele, sem trabalho certo, estava também ligado a negócios de diversão nocturna e já na altura em conflito aberto com a brasileira. Esteve na cadeia devido a crimes menores, mas, tal como a mãe de Ana, foi passando pela família de acolhimento, inteirando-se do crescimento da filha. Também a avó paterna da criança foi acompanhando a neta, mas assume que também não reunia condições para tomar conta dela.
Ana nunca desfrutou da companhia dos seus pais biológicos. Semanas após o nascimento, na Maternidade Júlio Dinis, no Porto, as técnicas de serviço social decidiram intervir, uma vez que ficou bem patente que a mãe não reunia condições para assumir a bebé. Michele, a brasileira paulista, então com 22 anos, angariava o seu sustento na noite portuense. O pai de Ana, dez anos mais velho do que Michele, sem trabalho certo, estava também ligado a negócios de diversão nocturna e já na altura em conflito aberto com a brasileira. Esteve na cadeia devido a crimes menores, mas, tal como a mãe de Ana, foi passando pela família de acolhimento, inteirando-se do crescimento da filha. Também a avó paterna da criança foi acompanhando a neta, mas assume que também não reunia condições para tomar conta dela.
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MÃE BIOLÓGICA ESTÁ CHOCADA
MÃE BIOLÓGICA ESTÁ CHOCADA
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Michele, a mãe biológica da pequena Ana, ficou em choque após ter recebido a notícia de que a sua filha estava a ser retirada à força pela Segurança Social à mulher em quem tem confiado inteiramente. "Ajudem a Lurdes, ajudem a Lurdes", repetia a brasileira, de 25 anos, após receber em Paços de Ferreira o telefonema que lhe dava conta do que estava a acontecer no Porto.
Michele, a mãe biológica da pequena Ana, ficou em choque após ter recebido a notícia de que a sua filha estava a ser retirada à força pela Segurança Social à mulher em quem tem confiado inteiramente. "Ajudem a Lurdes, ajudem a Lurdes", repetia a brasileira, de 25 anos, após receber em Paços de Ferreira o telefonema que lhe dava conta do que estava a acontecer no Porto.
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"A minha filha é doente desde que nasceu e tem sido muito bem tratada e educada pela Lurdes. Não percebo por que razão lha querem tirar. Então, se ela quer a menina e se a menina a adora e ali se sente protegida e amada, porque não arranjam uma maneira legal de fazer com que tudo se resolva no interesse da criança?", pergunta-se Michele. A mulher garante que vai "ajudar no que puder", pois só quer "o bem" da filha", garantiu ao CM.
"A minha filha é doente desde que nasceu e tem sido muito bem tratada e educada pela Lurdes. Não percebo por que razão lha querem tirar. Então, se ela quer a menina e se a menina a adora e ali se sente protegida e amada, porque não arranjam uma maneira legal de fazer com que tudo se resolva no interesse da criança?", pergunta-se Michele. A mulher garante que vai "ajudar no que puder", pois só quer "o bem" da filha", garantiu ao CM.
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PORMENORES
PORMENORES
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LEI NÃO CUMPRIDA
A família de acolhimento deveria ter ficado com a menina apenas por seis meses, segundo a lei. A Segurança Social, que agora argumenta com o cumprimento da legislação, foi a primeira entidade a violar a lei e a criar o problema.
LEI NÃO CUMPRIDA
A família de acolhimento deveria ter ficado com a menina apenas por seis meses, segundo a lei. A Segurança Social, que agora argumenta com o cumprimento da legislação, foi a primeira entidade a violar a lei e a criar o problema.
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SEM TRANSIÇÃO
A legislação prevê que a saída da criança da família de acolhimento seja preparada, considerando mesmo que esta se deve efectuar com antecedência não inferior a um mês. A Segurança Social, todavia, actuou de imediato, retirando a menina à força e sem cumprir qualquer transição.
SEM TRANSIÇÃO
A legislação prevê que a saída da criança da família de acolhimento seja preparada, considerando mesmo que esta se deve efectuar com antecedência não inferior a um mês. A Segurança Social, todavia, actuou de imediato, retirando a menina à força e sem cumprir qualquer transição.
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DECISÃO JUDICIAL
Uma decisão do Tribunal de Família e Menores, depois confirmada após recurso, decidiu pela entrega da criança a uma instituição até à sua adopção. Anteontem, Lurdes Osório deveria ter levado ao Tribunal os documentos da menina, conforme lhe foi solicitado em telefonema.(Correio da Manhã)
DECISÃO JUDICIAL
Uma decisão do Tribunal de Família e Menores, depois confirmada após recurso, decidiu pela entrega da criança a uma instituição até à sua adopção. Anteontem, Lurdes Osório deveria ter levado ao Tribunal os documentos da menina, conforme lhe foi solicitado em telefonema.(Correio da Manhã)
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Nota do Papa Açordas: As leis sobre adopção que temos, podem ser muito bem feitas mas, como se tem visto, não são cumpridas ou quando o são, são mal executadas!... O que está a acontecer no Porto, não era para acontecer no Portugal de Abril! Ah! desculpem, não me lembrava que estava no Portugal de Sócrates!...
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2 comentários:
Já não aguento as injustiças deste país.
O trauma desta criança e o horror que está a passar neste momento deixará marcas profundas físicas e psicológicas.
Um dia, um médico fantástico ensinou-me o seguinte sobre por de castigo a minha filha: as crianças só devem ficar de castigo 1 minuto por cada ano. Após esse tempo entram em stress pois as crianças não têm percepção do tempo.
Esta criança aguenta 3 minutos privada da mãe por tem 3 anos.
Alguém me explica como passará a noite, o dia de amanhã e os restantes?
Vai sofrer hora após hora e dias e meses e anos à espera da mãe.
Quando estitver ambientada à instituição, aparece uma família para a adoptar e mais uma vez terá de recomeçar de novo.
Porque com 3 anos não sonha ter uma mãe quando já a tem.
Com 3 anos não sonha com uma casa e uma família quando já tem uma.
Porque todos os técnicos que não cumpriram os 6 meses de família de acolhimente TÊM DE SER DESPEDIDOS.
Porque sempre que aparecem estes casos, só a família que acolhimento e a criança é que são penalizadas.
Porque quem trabalha para o estado nunca vai preso por cometer graves erros laborais.
Porque não quero viver num pais assim, segunda feira juro que me vou filiar no partido.
E que vou dedicar-me à politica.
Vou mesmo lutar por alterar estas injustiças.
Sofia Pires Marques VOTA EM MIM!
EM BREVE NO SEU PARTIDO!
é verdade ,mais uma injustiça com as crianças e mais uma criança que vai ser infeliz,já não bastava o caso Esmeralda,e a segurança social só faz asneiras que depois quer rectificar mas faz asneira na mesma a tentar emendar o erro.~
Estas adopções podem ter sido ilegais,mas a segurança social deixou fazer,e não é depois de três anos ou até de mais idade como foi a Esmeralda,que se tira uma criança das pessoas que gostam dela e que tratam bem,porque com uma certa idade as crianças já percebem,e esta criança é doente,é asmática e ontem poderia ter tido uma crise muito grave quando foi tirada de casa,além de que a segurança social tirou a menina a força de casa e deveria ter anunciado com antecedência,assim foi errado,não cumpriram novamente a lei se era isso que queriam!!!.E no tribunal,as provas também costumam contar,mas para a juiza parece que nada do que foi dito contou e esta menina foi mais uma que foi para uma instituição.
Mais um caso que se vai arrastar pelos tribunais,e mais uma criança que vai ser infeliz ,que vai andar nos psicólogos e talvez nos pedopsiquiatras e que vai ficar com um grande trauma,não bastava já não poder ter a família biológica agora nem a familía afectiva pode ter.
E se estes organismos e a justiça se preocupassem mais nos casos das crianças em risco,e que são maltratadas que não era o caso desta criança nem da Esmeralda,ou se se preocupassem com os crimes cometidos e pelas vigarices cometidas por este país fora,em vez de andar a tirar crianças que estão a ser bem tratadas e felizes com alguém que as ama,e neste caso não foi o pai ou a mãe que veio reclamar a menina ,como aconteceu com o caso Esmeralda,por isso porque é que os senhores da Segurança Social ,só agora ao fim de 3 anos,é que se lembraram,ás vezes valia mais estarem quietinhos em vez de fazerem porcaria e já agora terem pessoas bem formadas e com bastante experiência que não parece que tenham!!!
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