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Ministro da Agricultura acusado de mentir sobre os apoios aos agricultores
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O ministro da Agricultura “apenas pretende induzir em erro os contribuintes”, usando “mentiras” e “confundindo os números deliberadamente”, acusou ontem Luís Vasconcelos e Souza, presidente da Associação de Produtores de Milho (Anpromis).
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O governante tinha dito que estes produtores receberam, em 2008, 75 milhões de euros mas o dirigente associativo lembra que essa verba não é do Orçamento de Estado, mas sim de Bruxelas, e não se destina ao investimento.
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A polémica surge depois de, na véspera, Vasconcelos e Souza ter dito que, ao contrário dos outros sectores, os investimentos na agricultura estão suspensos, não havendo apoios, estando-se assim a perder fundos comunitários a que o país tinha direito. A crítica tem a ver com os atrasos na aplicação do Plano de Desenvolvimento Rural (Proder), que tem uma forte componente de apoio ao investimento, que está muito atrasado.
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Para contrariar estas declarações, Jaime Silva, responsável pela Agricultura, disse que o sector tinha recebido 431 milhões de euros em 2008, 75 milhões dos quais para o milho. “O ministro está a apropriar-se de dinheiro que não é seu, está a falar de fundos de Bruxelas que não é ele que distribui”.
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Vasconcelos e Souza refere-se ao regime de pagamento único que é distribuído com base no histórico das explorações, e que não implica que o agricultor ainda esteja a produzir. Outra coisa são os projectos de investimento, que são também apoiados por Bruxelas mas que exigem contrapartida nacional, tanto com dinheiros públicos como privados. É para estes que se destina o Proder, que vigora de 2007 a 2013 mas cuja aplicação ainda mal arrancou. Recentemente no Parlamento, o ministro admitiu que apenas 22 milhões foram dados em apoio ao investimento mas não concretizou quais os projectos contemplados.
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“As candidaturas abriram à pressa, foram mal estruturadas, basta um erro num dígito para o projecto ser chumbado – isto ou é uma estratégia de terror ou pura incompetência”, acusa Vasconcelos e Souza, lamentando que o sector continue, assim, sem incentivos a que se invista.
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Mas o pior, considera o dirigente associativo, é a forma como o ministro trata os agricultores: “A função dele não é pôr a opinião pública contra o sector que tutela, mas é o que faz, dizendo mal, usando mentiras e confundindo as pessoas com os números”, acusa. (Agroportal)
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1 comentário:
Lamento que a comunicação social não se interesse minimamente pela agricultura e não tente tirar a limpo se o que o ministro diz é ou não verdade.
Devia ser aprofundadas as razões porque o ministro não consegue aprovar os projectos de investimento.
Em situação de crise em que toda a gente fala de investimento. Então este investimento que está à espera quer no sector agrícola, quer no sector agro-industrial é de desperdiçar, quando ainda por cima uma boa parte das verbas são subsidiadas?
Se isto não é uma campanha negra contra o sector, parece...
Não entendo é como este asssunto não interessa ao país.
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