domingo, 24 de fevereiro de 2008

Ana Gomes: Não sou intimidável

"Não sou intimidável"
-
Ana Gomes diz que estão a tentar cilindrá-la no PS. Mas é neste partido que quer continuar, a menos que lhe passem "um carro por cima".Não tem sido muito bem tratada pelo seu partido, é o menos que se pode dizer.
-
Começaram por tentar comprar-me dizendo: "Vê lá se não queres ir para a próxima lista [do PE]". Depois, era a intimidação, as acusações de deslealdade. Agora estamos noutra fase, a que quase chamaria de cilindragem. Enfim, a menos que me passem com um carro por cima, eu não paro. Eu e outros deputados de todos os quadrantes políticos do PE achamos que esta é uma questão absolutamente vital para a democracia, de respeito pelos valores europeus. Por muito que as máquinas partidárias [tentem travar]. Não é só aqui. Na Alemanha, na Grã-Bretanha.
-
O seu balanço destes seis anos no PS é negativo?
-
-Não falo do meu partido no seu conjunto, mas de algumas pessoas. Se o balanço fosse negativo, não estaria no PS. Não sou intimidável. O PS é um partido pluralista, tem muita gente boa e que é genuinamente socialista. Todos os dias recebo manifestações de encorajamento de camaradas, alguns com grandes responsabilidades. Acredito que é através do PS que se pode mudar este país.
-
Se o partido estiver de acordo, volta a candidatar-se?
-
-Tenho gostado muito do meu trabalho no PE. Aprendi muito na área da segurança e defesa, que me fascina. Mas, ao mesmo tempo que penso global, sinto a necessidade, cada vez mais, de agir localmente. Admiro António Costa por ter dado o salto para a câmara [de Lisboa] num momento dificílimo. Gostaria de trabalhar localmente na zona onde vivo e trabalho [Sintra] e tentar fazer a mudança de uma forma que seja sentida pelas populações - melhorar as condições de vida e o ambiente em geral. [Fazer] uma carreira política ao inverso. Não estou a falar de candidaturas, mas da necessidade de traduzir a nível local aquilo que faço a nível global. (Público)
-
Nota do Papa Açordas: O aparelho do partido de Sócrates é uma autêntica mafia. Quando um militante não concorda com a política do chefe, avisam logo das retaliações que pode vir a sofrer...

2 comentários:

Mariazinha disse...

E eu que pensava que só os comunistas "corriam" com quem tivesse opiniões divergentes...
Acho muito bem que esta senhora mostre o seu desagrado com o que é demasiado evidente.Não nos façam de parvos!

quintarantino disse...

E se for ao contrário?
E se for Ana Gomes que começou a fazer barulho para ver se fica com o lugar?