segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Novas Oportunidades

Conselho Nacional de Educação está preocupado com a qualidade dos cursos de Novas Oportunidades

O programa Novas Oportunidades - um dos projectos emblemáticos do governo, que visa aumentar as qualificações dos portugueses - está a suscitar dúvidas e apreensão na comunidade educativa. Em causa está o nível de exigência, que muitos consideram demasiado baixo.
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Segundo o jornal Sol, o próprio Conselho Nacional de Educação (CNE) está preocupado com a qualidade dos cursos e os resultados, prometendo para breve uma tomada de posição, dadas as dimensões que o programa está a atingir. Tendo em conta um balanço do governo, até Março tinham sido certificados com o nível básico de ensino cerca de 97 mil adultos.
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Júlio Pedrosa, presidente do CNE e ex-ministro da Educação de António Guterres, afirmou que "sendo um programa com grande relevância e estando a tomar estas dimensões, faz sentido fazer uma monitorização e um acompanhamento que lhe permitam ser o mais bem sucedido possível".
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As peocupações que as Novas Oportunidades suscitam têm a ver com o nível de exigência dos cursos, a uniformidade dos currículos nos vários centros de formação e os efeitos da obtenção dos certificados na vida profissional futura.
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Um curso das Novas Oportunidades pode durar cerca de três meses, com uma carga horária de quatro horas semanais, dividida por quatro disciplinas: Cidadania e Empregabilidade, Matemática para a Vida, Linguagem e Comunicação e Tecnologias de Informação, podendo os testes serem feitos na aula ou em casa (a exemplo do célebre Inglês Técnico).
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O Novas Oportunidades, realça ainda o Sol, é uma nova versão dos cursos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, que foram estimulados com dinheiros do III Quadro Comunitário de Apoio no anterior governo PSD/CDS. Esses cursos aplicavam-se só até ao 9º ano, enquanto os actuais vão até ao 12º.
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E é aqui que as dúvidas aumentam. Os primeiros certificados do 12º ano foram entregues este mês a 65 pessoas. O plano do curso é muito parecido com os do 9º ano, quando deveria ser mais exigente. Além disso, não há uma formação homogénea ao nível dos professores.
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Vítor Januário, da Frenpof, alerta que "está a ser imposta aos centros uma velocidade vertiginosa, com metas anuais de 250 certificados. Isto levanta-nos muitas dúvidas, porque se está a premiar a quantidade e não a qualidade".
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Nota do Papa Açordas: Já, por inúmeras vezes, alertámos aqui no Papa Açordas, para a degradação e o vazio educacional destes cursos. Trata-se, simplesmente, de um projecto que conta apenas para a estatística.
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Estes formandos, quando precisarem de mostrar e provar, na prática, as suas habilitações académicas, vão ver em que logro caíram. Na minha terra, este processo tem um nome: encanar a perna à rã (para enganar o parolo, por outras palavras).

2 comentários:

Tiago R Cardoso disse...

Conheci este espaço à pouco tempo e faz parte das minha leituras diárias, hoje, se me permite e com amizade fico por um Feliz Ano Novo.

Abrenúncio disse...

É mais do que evidente que se trata de "encher chouriços" e tentar apresentar serviço e números que demonstrem que a baixa escolaridade está a diminuir e a qualificação está a aumentar. Numeros para a U.E., não para nós que sabemos e percebemos bem com quantas linhas cose este governo.
Saudações do Marreta e votos de um ano de 2008 pelo menos com saúde e paz.
P.S.: Brevemente darei mais novidades sobre a Grande Farra Blogosférica.