mas nem todos os vereadores viraram a boca aos petiscos
Os vereadores da Câmara de Lisboa Helena Roseta e Manuel João Ramos devolveram as duas garrafas de vinho Casa dos Zagalos, a conserva de cebola em vinho do Porto, o frasco de foie-gras de pato, os biscoitos de amêndoa e a caixa de chocolates com que a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) resolveu presentear os Cidadãos por Lisboa e cada um dos restantes 15 vereadores da autarquia por considerarem "ridículo" que uma empresa municipal com "problemas financeiros" faça esta oferta.
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O cabaz de Natal também desagradou ao vereador eleito pelo Bloco de Esquerda José Sá Fernandes, que acha "um bocado inacreditável" que uma empresa que "só dá prejuízo, quando devia dar lucro", tenha feito semelhante gasto. "São embrulhos muito grandes, devem ter tido algum significado económico", observa o autarca, que no entanto não se privará de comer e beber o seu conteúdo juntamente com outras pessoas da câmara. "Devolvê-lo seria falta de educação", comenta, acrescentando que a EMEL, devia esclarecer em quanto importou a iniciativa. O PÚBLICO tentou obter essa informação junto da empresa, mas sem sucesso. O que se sabe é que alguns directores municipais receberam também géneros alimentares da EMEL, mas em menor quantidade, enquanto as cerca de três centenas de trabalhadores da empresa foram agraciadas com um vinho e um queijo. Ao que diz a EMEL, as ofertas existem desde sempre na empresa.
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Mas não é só a EMEL que está imbuída de espírito natalício. "Também tenho aqui uma caneca de louça da Vista Alegre vinda da Gebalis", a empresa municipal que gere os bairros sociais, contava ontem o vereador Pedro Feist, do movimento Lisboa com Carmona. Feist não acha nada de mais a oferta da EMEL, que tenciona aproveitar:" Não vejo por que não. Não devemos ser miudinhos na vida."
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Um destino bem diferente terão os cabazes de Natal entregues aos autarcas do PCP. O facto de ser um bom garfo não deverá impedir o comunista Ruben de Carvalho de seguir as normas impostas pelo partido para os presentes recebidos pelos que nele exercem cargos, são entregues ao PCP, que decide o destino a dar-lhes. Se um destes dias der com cabazes de Natal que incluam Casa dos Zagalos, paté e biscoitos de amêndoa numa banca de Natal comunista, podem ser as prendas ofertadas a Ruben de Carvalho e à sua colega Rita Magrinho.
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O PÚBLICO não conseguiu falar com os vereadores do PS e do PSD sobre este assunto.(Público)
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Nota do Papa Açordas: E a Câmara de Lisboa está em crise...
1 comentário:
A EMEL devia era ter vergonha em relação aos parquimetros que na zona de Arroios não funcionam há mais de 5 anos, deixando as ruas repletas de carros de vendedores particulares e lojas de automóveis, enquanto os moradores nem a um sábado à noite quase conseguem estacionar.
Incompetência ou Corrupção ? Mesmo em Portugal ninguém é incompetente a esse ponto. Veja-se que basta andar 1 ou 2 quarteirões até à estefânia para ver os parquímetros em funcionamento. Para uma empresa com dificuldades financeiras, algo se passa de estranho que parece vir dos bolsos do comércio será ? O pior é que não existe maneira de fazer nada. A senhora vereadora que recebe os abaixo-assinados dos moradores é também presidente da...
EMEL.
Viva Portugal !
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