quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Direcção Reg. do Porto da PJ pondera demissão

Regime de voluntariado dos elementos
da PJ cria desconforto no seio da ASFIC

O acto de voluntariado em que acabou por se revestir a participação dos 202 agentes da Polícia Judiciária (PJ) na operação Noite Branca está a originar algum desconforto no seio da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC). Ao que o Público apurou, os elementos da direcção regional do Porto sentiram-se ultrapassados pela decisão e ponderam agora demitir-se dos seus cargos.
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Embora nunca tenham posto em causa a sua disponibilidade, os investigadores do Porto e de Braga (cuja maioria acabou por não participar) defendiam que, mesmo sem qualquer remuneração, a ASFIC deveria forçar a direcção nacional da PJ a requisitar os efectivos necessários. Entendiam que isso reforçava a legitimidade das suas reivindicações, enquanto o apelo ao voluntariado acabou por retirar aos responsáveis governamentais e da PJ o ónus da decisão.
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A remuneração do trabalho fora das horas normais de serviço é um problema que se arrasta há longo tempo, havendo mesmo já acções pendentes nos tribunais com o objectivo de obrigar o Governo a regulamentar sobre a matéria.
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Actualmente, a direcção da PJ pode recorrer à criação das chamadas unidades de prevenção, que têm a duração de uma semana e implicam o pagamento de 100 euros a cada um dos agentes, mas não tem disponibilidade financeira para o fazer. Mas mesmo neste enquadramento os investigadores da PJ queixam-se de que são negativamente discriminados em comparação com o que acontece noutros sectores da administração pública. Como comparação, um inspector contou que numa recente acção conjunta constataram que um elemento das Finanças recebia numa hora o equivalente aos sete efectivos da PJ para toda a operação. (Público)
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Nota do Papa Açordas: Pode ser que o presidente do conselho, depois de acabar a presidência da UE, se debruce sobre estes "pequenos" problemas caseiros...

3 comentários:

A. João Soares disse...

Caro Compadre,
Os políticos não o são por maior capacidade mental ou mais dedicação ao bem do País, isto é ao bem-estar e à felicidade dos cidadãos. Procuram orientar-se por um lema secreto que pode traduzir-se por: governar-se, explorando os cidadãos. E a sua falta de sensatez e de inteligência conduz a que não definam objectivos coerentes e equitativos, e explorem os funcionários públicos de forma aleatória ao sabor dos caprichos e da competição interna entre os ministros de ocasião.
O caso dos juízes e das polícias não será resolvido de forma justa enquanto o ministro quiser reformar a Justiça contra os seus agentes, em vez de o fazer com eles. Também a Educação peca do mesmo mal: reformar o ensino contra os professores, em vez de os prestigiar e de exigir a sua colaboração para o melhorar. O mesmo se passa na saúde, em que o ministro começou por entrar em guerra contra médicos enfermeiros e farmacêuticos.
Perante isto, ainda haverá jovens que queiram ser políticos?
Sem dúvida que há, aqueles que não têm capacidade para viver seriamente com as suas capacidades na competição da vida civil em que é preciso ter competência e valor, e que seguem o exemplo de familiares e amigos, que enriquecem nessa actividade, tendo começado como inscritos na respectiva «juventude» e subiram obedientemente os maus usos do partido, como yesmen.
Isto explica o que se passa naPJ do Porto e, por todo o lado, só o não sendo mais, por medo de retalkiação, como a do caso Charrua.
Abraço e Boas Festas

Tiago R Cardoso disse...

exactamente ele ainda anda no "limbo" dos estadistas, esperemos que aterre rapidamente, embora acredite que até ao ano E, ou seja ano das eleições, 2009, não vá fazer grande coisa.

quintarantino disse...

Compadre, isso serão questões provincianas na óptica do nosso Primeiro...