quarta-feira, 23 de março de 2011

Eleições. PSD inclui PS numa solução pós-eleitoral, mas sem Sócrates

-
Passos Coelho já começou a traçar os cenários para depois do Dia D. O líder do PSD promete uma "campanha limpa" e incluir o PS nas decisões de um futuro governo. Luís Amado é bem aceite como interlocutor
-
Amanhã, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, viaja para Bruxelas, para a reunião do Partido Popular Europeu (PPE), com o argumentário ensaiado. Passos terá de saber responder à pergunta: e se das eleições antecipadas sair um governo minoritário que não consiga, como disse ao i o ex-ministro das Finanças Luís Campos e Cunha, aprovar nem os novos botões da polícia, quanto mais negociar um Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) e fazer passar um Orçamento do Estado no final do ano? Este resultado, para além das previsíveis consequências financeiras, faria com que o Presidente da República ficasse sob fogo cruzado por não ter agido preventivamente para evitar a crise política eminente (ver pág. 18).
-
O líder do PSD tem tentado sossegar as consciências. Primeiro com um comunicado escrito em inglês e dirigido aos mercados, depois assegurando que o futuro governo será "abrangente" e terá várias forças políticas. "Nós estamos disponíveis depois das eleições para incluir outros partidos e até personalidades que não tenham proveniência partidária. Precisamos de ter uma visão abrangente", afirmou Pedro Passos Coelho. O uso do plural faz adivinhar uma relação a três entre PSD, CDS-PP e PS, com data marcada para depois da ida às urnas. A solução tinha sido defendida por Cavaco Silva no discurso da tomada de posse e nos últimos dias multiplicaram-se os apoiantes desta arquitectura governativa. "Era bom que o governo que execute o PEC possa ser um governo de três partidos: PS/PSD ou PSD/PS, conforme a escolha dos portugueses, e CDS", defendeu o conselheiro de Estado Marcelo Rebelo de Sousa.
-
Passos Coelho parece disponível para seguir por esse caminho: "Não é para o PSD que nós queremos governar, é para o país, e discutiremos o que iremos fazer com os outros partidos e também com o Partido Socialista que, com certeza, aprenderá alguma coisa com a experiência que findou."
-
Notas do Papa Açordas: Era bom que o sr.Pinto de Sousa ficasse de fora de uma eventual coligação PSD/PS/CDS... Porquê? Para que a justiça o julgasse pelas inúmeras trapalhadas...
-

Sem comentários: