quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sócrates sucede a Sócrates e vai tentar durar até ao Orçamento 2012

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No meio de uma situação financeira de risco e numa altura em que as divergências dentro do núcleo duro socrático já são explícitas, resistir é a palavra de ordem em São Bento. As soluções e os estados de alma do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, começam a ser desvalorizados depois da justificação pública do ministro e de justificadas as contradições de Teixeira dos Santos. Fontes próximas garantem que a José Sócrates não acontecerá o que aconteceu a António Guterres - decidir abandonar o governo para "evitar o pântano".
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E a ordem para resistir é tão clara que "não há dúvida nenhuma" para o seu núcleo próximo de que o primeiro-ministro será novamente candidato à liderança do PS no próximo congresso estatutário, que tem obrigatoriamente que ocorrer entre Fevereiro e Março, a seguir às eleições presidenciais.
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Assim, e por muito que nos corredores socialistas o assunto favorito seja a sucessão de Sócrates, a questão vai ser suspensa no próximo congresso. Com Sócrates na corrida, nenhum dos protocandidatos à sucessão admite apresentar-se. Nem mesmo António José Seguro, por muito que possa vir a ser desafiado pelo inner circle do primeiro-ministro. Na última entrevista que deu, em Maio, ao "Expresso, António José Seguro deixou claríssimo que só admitiria avançar para a liderança do PS depois de o actual secretário-geral decidir ir embora.
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Independentemente de Sócrates vir a suceder a Sócrates, o que os últimos dias mostraram à sociedade é que o núcleo socrático - outrora invulgarmente coeso - passou a funcionar numa base de "cada um por si". António Costa, o número dois do PS, já se tinha distanciado do governo quando afirmou há meses que "o resto do executivo não acompanha a iniciativa política do primeiro-ministro", tendo sido o primeiro a sugerir uma remodelação.
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Notas do Papa Açordas: Além das divergências dentro do grupo socrático, há que salientar também a falta de apoio da ala esquerda do PS. É bom lembrar que, esta falta de apoio, já se vem notando desde 2005...
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