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Manuel António Pina
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As guerras orçamentais de alecrim e manjerona entre PS e PSD,
os dichotes e remoques, as ameaças, os arrufos, a fotografia do
telemóvel, as trocas de acusações sobre o bar aberto a "boys" e
"girls" que são hoje certos serviços e empresas públicas (a
ANACOM terá gasto 150 mil euros num jantar, 100 mil em
"rebranding" e 20 mil em "Moleskines", e a Associação de Turismo
dos Açores 196 mil numa festa com "disco party", "welcome drink"
e "cocktail dinatoire", o que quer que isso seja), tudo coisas por que
os média se pelam, deixaram praticamente na clandestinidade a
aprovação pelos mesmos compadres de uma nova lei de financiamento
dos partidos.
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Nem o desabafo de Seguro ("Não voto leis contra os meus
princípios. Serei implacável no combate à corrupção"), nem a notícia
de que muitos deputados do PS não tiveram sequer conhecimento
prévio das alterações finais introduzidas na lei por Ricardo Rodrigues,
o dos gravadores, e ter-se-ão visto obrigados a votá-la "de olhos
fechados", foram bastantes para que o cheiro a esturro chegasse ao
nariz do jornalismo de recados que hoje maioritariamente por aí se faz.
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Uma das novidades da lei é que os partidos poderão agora receber
donativos dos candidatos integrados nas suas listas eleitorais. Ou,
vista a coisa de uma perspectiva mais feliz, que passará agora a ser
possível "vender" lugares, elegíveis ou não, em listas eleitorais a
troco de donativos.(Jornal de Notícias)
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terça-feira, 9 de novembro de 2010
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