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António Freitas Cruz
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Uma estimável instituição vocacionada para a defesa dos
consumidores mostrava há dias que na factura da electricidade,
cada vez mais gorda, mais de 40 por cento não se referem ao
que consumimos. Se bem entendi, estaremos aí a falar de "extras"
variados, entre os quais (estou certo disso) não deixarão de ter
o seu peso os salários e prémios milionários pagos aos gestores e,
também, aos assessores (originários exactamente daqueles sítios
em que o leitor está a pensar), bem como cátedras de luxo em
universidades americanas...
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Mas esses expedientes, hoje mais vulgares do que o "doce da
Teixeira" nas romarias, não se ficam pela electricidade. Essas
habilidades, que visam entrar nos bolsos dos cidadãos com
aparências de seriedade, estão presentes noutros bens de primeira
necessidade e prestados em regimes de monopólio ou parecidos.
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É o caso da água: mais de metade da factura nada tem a ver com
o consumo, antes se dispersa por rubricas como a recolha de lixo
(que grande negócio vai por aí!), o saneamento e outras criatividades
semânticas, entre as quais se destaca a "disponibilidade".
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Mas há muito mais, a começar pelas gasolinas e a terminar... nunca.
E coisas novas vêm a caminho sem o menor pudor: em breve
estaremos a pagar uma "taxa de protecção civil", como se entre as
obrigações públicas não estivesse precisamente a protecção das
populações.
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Cabe perguntar, aqui chegados, para que servem, afinal, os impostos
que nos cobram! (Jornal de Notícias)
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domingo, 28 de novembro de 2010
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1 comentário:
Só assim se consegue manter uma classe de marajás que parece viver numa espécie de universo paralelo.
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