quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Como era de esperar

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Manuel António Pina
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Vai ficando à vista aquilo que, desde que foram anunciados os
famosos e igualitários "sacrifícios para todos", era de esperar
tendo em conta a cultura político--partidária dominante: que
alguns "todos" seriam mais "todos" que outros.
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Poupada, primeiro, a Banca, apesar dos escandalosos lucros que
tem obtido com a crise (crise de que foi e é o sistema financeiro,
com esse nome ou sob o fantasmático pseudónimo de "mercados",
o principal responsável), seguiram-se os grandes grupos económicos,
que se preparam para distribuir dividendos antes que os "sacrifícios
para todos" entrem em vigor e sem que seja visível a olho nu, da
parte do PS ou do PSD, qualquer medida para impedir a fuga aos
impostos de muitos milhões de euros (1100 milhões, só por conta
da PT, Portucel e Jerónimo Martins/Pingo Doce).
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Agora, aprovado que foi o Orçamento na generalidade, começam a
aparecer na discussão na especialidade mais "excepções", dos
funcionários dos grupos parlamentares (isto é, funcionários
partidários) aos "trabalhadores das empresas públicas", das
"entidades públicas empresariais"e do "sector empresarial regional
ou municipal" (poisos privilegiados de "boys" e "girls"), onde poderá
haver não se sabe que "adaptações" desde que "autorizadas" não se
sabe por quem.
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Se a aprovação do Orçamento demorar muito mais, "todos" acabará
por significar só a arraia miúda e gente sem poder económico ou
político.(Jornal de Notícias)
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