Previsões de Bruxelas apontam para uma descida de 3,5% nas compensações pagas aos trabalhadores nacionais
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O esforço de consolidação das contas nacionais vai representar uma factura pesada para os trabalhadores portugueses. De acordo com as previsões de Outono da Comissão Europeia, ontem divulgadas, as compensações por trabalhador vão cair 3,5% em termos reais no próximo ano no mercado nacional.
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Este indicador mede os salários brutos, mas também as contribuições feitas pelo funcionário e pela empresa para o fisco e a segurança social, cuja dimensão é proporcional à remuneração. A queda em Portugal é a maior prevista para todos os países da União Europeia em 2011 e segue-se a dois anos de crescimento das remunerações brutas: 0,4% este ano e um salto de 6% em 2009. Esta subida, a mais alta registada na Europa nesse ano, coincidiu com a actualização de 2,9% dos funcionários públicos e com as últimas eleições legislativas. A descida dos custos por trabalhador deverá continuar em 2012, mas será muito mais moderada - menos 0,5%.
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Em parte, esta situação pode ser explicada pelo facto de os países que enfrentam crises orçamentais e financeiras comparáveis terem começado a cortar custos, incluindo salariais, mais cedo que Portugal. Será certamente esse o caso da Grécia, onde as compensações por trabalhador afundaram 6,2% em 2010. Também Espanha foi mais rápida a cortar nas compensações aos trabalhadores: 0,8% este ano.
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Já Portugal só em 2011 avançará com uma política de cortes salariais no Estado e nas empresas públicas que aponta para uma redução média de 5%. No sector privado é esperado um crescimento muito moderado dos salários.
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A mesma tendência pode ser encontrada nas estimativas da Comissão Europeia para os custos unitários com o trabalho, onde uma vez mais os salários são o principal factor. Este indicador deverá baixar já este ano - 1,2%. A estimativa para 2011 é de uma redução de 2,3% e para 2012 nova queda de 1,4%. São três anos de reduções consecutivas, mas neste caso a evolução é considerada positiva pela Comissão Europeia, que sublinha o aumento da competitividade da economia nacional.
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Notas do Papa Açordas: Pelo menos, somos primeiros em alguma coisa, nem que seja pelas piores razões. Sócrates lá se vai desculpando com a crise internacional, esquecendo que, antes desta, já havia uma enorme crise provocada pelo seu (des)governo...
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