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Manuel António Pina
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Espero, pelos melhores e mais sensatos motivos, que algum
partido aproveite a minha "modest proposal" para a revisão
constitucional em curso: que, em vez de votarmos nas nossas
"legislativas", passemos a votar nas alemãs, pois é hoje claro que,
se quem manda em Portugal são os governos saídos das "legislativas"
portuguesas, quem manda nesses governos é a Sra. Merkel ou
quem quer que governe a Alemanha.
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O que se tem passado desde que a crise financeira assentou
arraiais por cá - apesar da política exorcista de Sócrates e do
truque infantil de fechar os olhos para que a crise não nos
visse - mostra que, de modo a manter a legitimidade democrática
das repetidas decisões do Governo tomadas contra os seus
compromissos eleitorais, deveríamos votar não para a AR mas
para o Bundestag e para o chanceler alemão.
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Anuncia-se que hoje, no Conselho Europeu, a Sra. Merkel irá
exigir a Sócrates que inscreva na Constituição um limite ao défice
ou à dívida pública, disso fazendo depender a flexibilização do FEE
que permita a ajuda europeia a Portugal sem recurso ao FMI. E,
como era de esperar, logo apareceu na AR gente do PS e do PSD
a imaginar "maneiras possíveis" de meter essa exigência a martelo
nas propostas de revisão já apresentadas.
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Segundo o DN, Sócrates recusa. Resta saber durante quanto tempo.
A sua "firme recusa" à anterior exigência da Sra. Merkel de
despedimentos fáceis e baratos durou um mês. (Jornal de Notícias)
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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
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