domingo, 6 de fevereiro de 2011

O regresso da canção de protesto

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Parva que sou
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Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Sou da geração "casinha dos pais"
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E, ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Sou da geração "vou queixar-me para quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo de mais
E parva que eu sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
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DEOLINDA Foram os próprios Deolinda, em comunicado enviado para as redacções, que confessaram a sua surpresa (e emoção) pelo efeito mediático conseguido com a estreia da canção "Parva que eu sou" nos concertos que fizeram no passado fim de semana nos Coliseus de Lisboa e do Porto. A canção, cuja letra sublinha a apatia de uma geração "sem remuneração", e que "estuda para ser escrava", suscitou uma adesão espontânea junto do público que assistia aos concertos (muitos espectadores de punho no ar) e, depois, nas redes sociais, blogues e até no Parlamento, onde foi glosado pelo deputado José Soeiro, do Bloco de Esquerda. Mas também a direita se "aliou" aos Deolinda, contrapondo os direitos adquiridos à precariedade do emprego, como causa dos males da geração "casinha dos pais". A música pop tem destas coisas. (Expresso).
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