terça-feira, 5 de outubro de 2010

Sacrifícios para "todos"

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Manuel António Pina
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O"i" fez as contas e concluiu que o esforço de mil milhões de
euros - sem contar com as reduções de benefícios fiscais
- exigido pelo aumento de impostos anunciado por Sócrates
será equitativamente dividido: os consumidores suportarão
93% e os bancos... 7%.
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Só que os bancos acham 7% muito. Faria de Oliveira,
presidente da CGD, já avisou que "é evidente" que os bancos
repercutirão nos clientes os custos da nova taxa sobre o
sector financeiro (se esta alguma vez vier, claro, a consumar-se).
E, como seria de esperar, lá sairão os 7% igualmente do bolso dos
consumidores.
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O comentário a mais ingénuo, ou mais bem humorado, ao "aviso"
de Faria de Oliveira foi decerto o do presidente da SEFIN que
apelou à banca (cuja ganância e falta de escrúpulos está, como
se sabe, na origem da crise) para que se preocupe com o
interesse nacional, não se furtando a ajudar o Estado que,
antes, nela enterrou em ajudas milhões dos contribuintes
(no caso português, os 4,5 mil milhões metidos no BPP e BPN
chegariam agora para, sem aumento de impostos, baixar o défice
de 7,3% para 4,6%).
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Ora a ajuda dos bancos ao Estado funciona assim: financiam-se
no BCE, que está impedido de emprestar directamente aos
Estados, a taxas de 1% e, depois, emprestam esse mesmo dinheiro
ao Estado (só até Julho foram 12,9 mil milhões de euros) a 3% e 6%.
Com amigos destes a ajudar, para que precisa o interesse
nacional de inimigos? (Jornal de Notícias)
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1 comentário:

costa disse...

portão de escola nova inaugurada este ano em Olhão, cai em cima de aluno de 8 anos.