Marcos Batista, ex-sócio do secretário de Estado Paulo Campos e por este nomeado, terá falsificado o currículo. Curso não foi concluído, apurou o i
O administrador dos CTT Marcos Batista, ex-sócio do secretário de Estado Paulo Campos e por este nomeado, suspendeu ontem o mandato depois de ser questionado pelo i sobre as suas qualificações académicas. Marcos Batista terá adulterado as habilitações académicas, afirmando ser licenciado pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), como consta no despacho de nomeação publicado em Diário da República. O curso, porém, não foi concluído, apurou o i junto dos serviços daquela instituição de ensino, não tendo Marcos Batista completado as cadeiras suficientes para concluir uma licenciatura pós-Bolonha.
Na sequência da investigação levada a cabo, o i procurou esclarecer o assunto junto do administrador na quarta-feira, sem sucesso. Ontem, Marcos Batista suspendeu o mandato na administração da empresa pública, alegando "razões pessoais" e mostrando-se "surpreendido por dúvidas" sobre a sua formação académica. "Devo referir que sempre estive convencido que o meu percurso académico com oito anos de frequência universitária e elevado número de cadeiras concluídas, em mais do que um plano de estudos curriculares, correspondesse a um curso superior à luz das equivalências automáticas do processo de Bolonha", referiu no comunicado interno aos trabalhadores. Marcos Batista refere ainda que solicitou "ao ISEG a devida avaliação curricular". Já a administração dos CTT refere em comunicado que Batista dirigiu "ao presidente do Conselho Fiscal da empresa o pedido de suspensão, sem remuneração, do mandato". A remuneração do administrador dos CTT ascendeu, em 2009, a 257 mil euros (último ano a que o i teve acesso), somando remuneração base, prémios de gestão e gastos com carro, comunicações e combustível.
Banco de Portugal pediu informações O Banco de Portugal (BdP) pediu este mês informações curriculares ao administrador Marcos Batista, que é também administrador da empresa Payshop, do grupo CTT - que por ser uma instituição de pagamentos está sujeita à supervisão do Banco de Portugal. No questionário sobre qualificação profissional respondido pelo administrador dos CTT e a que o i teve acesso, Batista fez referência à licenciatura em Economia no ISEG, mas não especificou em que data concluiu o grau académico. O documento está assinado, sob compromisso de honra, pelo administrador, sendo referido pelo Banco de Portugal que "a prestação de falsas declarações constitui fundamento para recusa ou cancelamento do registo, sem prejuízo de eventual aplicação de sanções penais". A omissão da data de conclusão da licenciatura fez com que o BdP devolvesse o questionário, pedindo o preenchimento correcto do mesmo.
Recorde-se que o secretário de Estado Paulo Campos, que tem a tutela dos CTT, nomeou Marcos Batista para administrador dos Correios no ano em que assumiu o cargo no ministério (2005). Marcos Batista tinha sido sócio de Paulo Campos na empresa Puro Prazer.
Notas do Papa Açordas: Este queria seguir as pisadas do sr. Pinto de Sousa... Mas o rapaz não é assim muito esperto... andou oito anos na universidade e nem conseguiu um bacharelatozinho?... O pior é que já não pode ir para a Independente!... Será que o professor Morais pode resolver este caso?...
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