Novo gigante dos mares "parou" a capital

Um dos três maiores navios de cruzeiro do Mundo esteve ontem, pela primeira vez, em Lisboa, numa escala de oito horas que promete repetir pelo menos mais 11 vezes até ao fim do ano. A decisão da Royal Caribbean International de, até Outubro, deixar o "Independence of the Seas" a operar no Mediterrâneo vai contribuir para que 2008 seja o melhor ano de sempre nos cruzeiros da capital a Administração do Porto de Lisboa (APL) espera atingir 308 escalas e 370 a 380 mil passageiros.

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"Vai ser um recorde", garantiu, ao JN, Manuela Patrício, directora de cruzeiros e náutica da APL, recordando que, no ano passado, contabilizaram-se 256 escalas e 305 mil passageiros. Admite, contudo, que esta melhoria de desempenho pode sofrer uma quebra já no próximo ano, visto que "há sempre muitos repetentes nos cruzeiros" e "as companhias optam por diversificar os itinerários. Não podem estar a parar sempre no mesmo sítio".

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Ontem, o "Independence of the Seas" ancorou na Doca de Alcântara, por ser o cais que tem as "condições exactas" para receber este tipo de navios fundo de mar e espaço em terra suficiente para o estacionamento dos muitos autocarros que levam os turistas em excursões a zonas turísticas em redor da capital. Há, contudo, quem prefira apanhar um táxi até ao centro da cidade para fazer compras, ou mesmo quem nem sequer se dê a esse trabalho e opte por ficar a apanhar sol junto às piscinas.

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É o caso de Henry e Joan, um casal inglês de 86 e 84 anos. É a terceira vez que fazem um cruzeiro nesta companhia e estão deslumbrados com o novo navio "É fantástico!", diziam, em uníssono, explicando que passaram a optar pelos cruzeiros desde que os aviões começaram a ter "demasiadas restrições" . Partiram de Southamptom (Reino Unido) no passado dia 30 de Abril e só vão regressar a casa 14 noites e oito escalas depois, sem nunca terem posto um pé fora do navio.

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Joan está praticamente cega de uma vista, pelo que o casal prefere ficar tranquilamente deitado numa espreguiçadeira no 15º deck, a apreciar as vistas dos portos por onde passam. Gostavam de sair para conhecer Lisboa, mas já não têm forças, pelo que preferem ficar no conforto do barco a receber os "mimos" da tripulação, ao todo 1450 pessoas, entre eles quatro portugueses.

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Quem segue a bordo - a capacidade do barco é de 3600 pessoas, que pagam uma média de 1920 a 2900 euros, sem taxas - tem poucos motivos para se aborrecer. Além de um piso dedicado a desporto (com minigolfe, campo de basquetebol, parede de escalada e piscina de ondas), o barco tem ginásio, casino, vários restaurantes (um deles aberto 24 horas), uma avenida de 200 metros de comprimento com lojas, um teatro com espectáculos diários, salão de beleza e sala de jogos para os miúdos. Tudo disperso por um colosso de 16 decks que, para entrar em Lisboa, passou a apenas três metros do tabuleiro da Ponte 25 de Abril. (Jornal de Notícias)

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