sexta-feira, 30 de maio de 2008

Fraude nos CTT envolve luvas a políticos


O caso da alienação do edifício dos CTT em Coimbra em 2003, comprado por 14,7 milhões pela empresa Demagre e vendido meia hora depois por 20 milhões ao Grupo Espírito Santo, já motivou dezenas de buscas da Judiciária, que suspeita agora que as mais-valias tenham sido repartidas em luvas pagas a políticos do PS, PSD e CDS e funcionários públicos com intervenção no negócio.
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A notícia avançada pelo Correio da Manhã diz que nas buscas efectuadas, e no que respeita ao negócio de Coimbra, foram encontrados "documentos que apontam para o pagamento de comissões a dirigentes partidários - Luís Vilar, presidente da concelhia do PS/Coimbra, já está a ser julgado por factos relacionados com este negócio num outro processo", depois da apreensão de um fax em que o vereador socialista pedia a Júlio Macedo, da Demagre, 440 mil euros de comissão "pela compra do edifício dos CTT de Coimbra".
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Também Paulo Pereira Coelho, deputado do PSD e na altura dos factos presidente da CCR do Centro, está sob investigação devido à suspeita de ter previamente garantido que no prédio vendido se instalariam o Tribunal Administrativo de Coimbra, a Associação de Informática da Região Centro e uma clínica que tem protocolos com a ARS.
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E o CDS não fica de fora, com o Correio da Manhã a dizer que um dirigente lisboeta do partido de Paulo Portas teve intervenção num dos negócios imobiliários em investigação.No caso de Coimbra, e após vender o prédio à Espírito Santo Fundos de Investimento, a Demagre viria a alugá-lo, subalugando-o depois aos próprios CTT, à Câmara de Coimbra, ao Tribunal Administrativo e Fiscal e a uma unidade de saúde.
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As suspeitas da justiça não se limitam ao negócio de Coimbra e o Ministério Público e a PJ estão a passar a pente fino todas as operações imobiliárias realizadas durante a presidência de Carlos Horta e Costa, tendo inclusivamente feito buscas na sua residência. Um deles foi a venda, em 2004 de outro edifício na Avenida da República, em Lisboa, a uma empresa chamada TCN e que tem em comum com a Demagre dois administradores.
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O cheque da compra, entregue em 2005, veio devolvido por falta de provisão e os CTT, em vez de accionarem judicialmente a empresa, pagou o IMI referente a 2004 que era da resposnabilidade da Demagre. (Esquerda.Net)
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Notas do Papa Açordas: Este escândalo já há muito tempo que anda no ar e, estou convencido, que os políticos portugueses não querem que ele seja resolvido, de uma vez por todas. Como todos têm telhados de vidro, ninguém quer dar o primeiro passo...

1 comentário:

Pata Negra disse...

Nada surpreendente, estas coisas até já nem deviam ser notícia. Só o Correio da Manhã para publicar as coisas mais habituais do quotidiano: um acidente automóvel, um roubo de um guarda-chuva, um homem que mordeu na mulher, a inauguração dumas alminhas, uns políticos que puseram a mão no erário público, enfim, os costumes!
Um abraço sério