quinta-feira, 22 de maio de 2008

Combustíveis: é um fartar vilanagem...

Líder diz que já devia ter sido pedido um estudo à Autoridade da Concorrência
País está a ser vítima de "fiscojacking" e de inércia de Sócrates, acusa Paulo Portas

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Portas sublinhou que o Estado cobra, em 2008, mais 400 milhões de euros em Imposto Sobre Combustiveis que em 2003. O líder do CDS-PP, Paulo Portas, criticou hoje a falta de iniciativa do primeiro-ministro perante a alta de preços resultante da crise dos combustíveis e considerou que o país está a ser vítima de "fiscojacking".
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Portas, que hoje visitou um lar de idosos, em São Domingos de Benfica, acusou José Sócrates de ter sido "pouco firme com as companhias" petrolíferas, e de estar "a ser pouco justo com os contribuintes". "Foi pouco firme com as companhias porque sendo evidente que há concertação de preços - a aumentarem à mesma hora, no mesmo dia, no mesmo valor - o primeiro-ministro" só acordou ao décimo quinto aumento", disse o presidente do PP.
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Notas do Papa Açordas: Afinal de contas o governo é o grande beneficiário do aumento dos combustíveis. Senão vejamos: por cada dez cêntimos de subida no combustível, o governo junta-lhe mais vinte em taxas e impostos, o que é um roubo. Agora se o imposto fosse sobre o litro de combustível, outro galo cantaria...

4 comentários:

Anónimo disse...

País está a ser vítima de "fiscojacking"

A. João Soares disse...

Aumentam os impostos em volume bruto, e conquistam o direito de mais uns inúteis da política virem a ser admitidos como administradores da GALP, onde há sempre lugar para mais um, para ganhar escandalosas remunerações diversas, como consta em e-mail que circula.
Não esquecer o caso de um ex-autarca do Porto que lá entrou e disse, na altura da admissão, que não sabia nada de petróleos!!!. Entrou apenas para usufruir de um «tacho dourado» e vir a ganhar uma «reforma milionária» e assim se aumenta o saque ao Estado e as diferenças sociais.
Um abraço
A. João Soares

j.r. disse...

papa açordas, vejo que tem links sobre os direitos humanos na China. Boa. Está a ser tempo de colocar também sobre Portugal não acha? Ou só quando andarmos todos de fio dental é que conta? Por mim cada pobre no nosso país é um atentado aos direitos humanos ou não?

F. Penim Redondo disse...

Hoje já quase toda a gente percebeu que acabou a comida barata, a energia barata, os combustíveis baratos ou a água barata. Estão a tornar-se bens de luxo ou quase, a que cada vez terão mais dificuldade de acesso as classes médias e de menores rendimentos.
Como é possível que o governo português ainda recentemente tratasse a questão dos combustíveis como uma birra dos condutores mal habituados, subordinada em termos de importância ao equilíbrio orçamental ? Onde estão as previsões e as medidas preventivas que seriam de esperar de um governo responsável ?
Como se explica a resignação e passividade da Europa perante o encarecimento acelerado de produtos de que dependem os seus mais básicos padrões de vida, ao ponto de ter que ser acordada por um Manuel Pinho ansioso por encontrar bodes expiatórios ?
São todos incompetentes e irresponsáveis ou há outras explicações para este fenómeno ?
Convém talvez compreender que, mesmo dentro de um país como o nosso, nem todos são afectados da mesma forma e alguns até podem sair beneficiados destas crises. Quem exporta para Angola e é pago pelos rendimentos do petróleo talvez não tenha razões de queixa, ou quem é accionista da Galp, ou quem vende para a Venezuela às cavalitas do governo de Sócrates, ou quem tem sempre os combustíveis, e não só, pagos pelas empresas ou pelo Estado.
Esta questão dos preços do petróleo, do acesso ao crédito e aos produtos alimentares pode afinal ser, no essencial, mais uma forma de certas classes expoliarem outras.
Também ao nível internacional, nomeadamente na Europa e EUA, conviria perceber quem ganha e quem perde com este terramoto. Para sabermos se estamos perante aprendizes de feiticeiro que jogam um perigoso xadrez contra as potências emergentes, em que as peças são poços de petróleo e mísseis nucleares.