segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Do fogo e das cinzas

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Manuel António Pina

Nove paquetes de cruzeiro com cerca de 15 mil turistas terá
sido o saldo do espectáculo de fogo de artifício de 736 mil euros
organizado por Jardim no final do ano.

A factura do foguetório foi integralmente paga pelo Governo
Regional, isto é, pelos contribuintes do Cont'nente. Dando de
barato que todos esses turistas tenham chegado a desembarcar,
terão deixado em restaurantes e lojas de bugigangas do Funchal
algo como 750 mil euros, o que, em miúdos, significa que 736 mil
euros dos contribuintes passaram (essa, sim, a "passagem do
ano"!) para as mãos dos comerciantes do Funchal através das
vastas mãos de Jardim, acrescidos de uns trocos de turistas.
Juntem-se agora mais 2 milhões de euros na "iluminação" das
ruas dos restaurantes e lojas de bugigangas (adjudicada sem
concurso à empresa de um ex-deputado do PSD e também paga
pelos contribuintes), e calcule-se - é só fazer as contas, como dizia
o outro - quem ganhou o quê e quem ficou de novo a arder com
uns milhões.

Não seria mais rentável a Madeira dedicar-se, por exemplo, ao
turismo de congressos e partilha de experiências de sucesso? Eis
temas (mas haverá muitos mais) capazes de atrair ao Funchal
multidões de jovens políticos de elevado potencial de todo o
Mundo: "Como passar o ano em folguedos por conta de 10 milhões
de otários insultando-os todos os dias" ou "Como transformar
sifões em cifrões escolhendo os amigos certos no partido
certo".(Jornal de Notícias)
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