sábado, 4 de setembro de 2010

Casa Pia. Condenados: a guerra segue dentro de momentos

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Seis arguidos condenados a penas até 18 anos prometem recorrer. Gertrudes Nunes absolvida por razões técnicas, devido a mudança na lei
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Carlos Cruz apoiou-se ligeiramente na barra, quando ouviu a juíza Ana Peres ditar-lhe a sentença de sete anos de prisão. Carlos Silvino, o único arguido que não se levantou para ouvir a pena, esteve sempre a tirar notas num bloco A4. Jorge Ritto, Manuel Abrantes, Ferreira Diniz e Hugo Marçal mantiveram a expressão fechada. Gertrudes Nunes, absolvida por razões técnicas, e não por convicção do tribunal de que estivesse isenta de culpa, chorou copiosamente.
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Foram penas pesadas as que sexta-feira o tribunal aplicou a seis dos sete arguidos do processo Casa Pia. Penas que originaram reacções violentas dos arguidos - Manuel Abrantes chegou a dizer que a partir de hoje começa a sua "caça ao homem" contra quem lhe lançou "esta maldição" - e que os advogados de defesa consideraram não terem sido devidamente justificadas pelo tribunal.
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Assim que Ana Peres se preparava para encerrar a sessão, Ricardo Sá Fernandes (um dos advogados de Carlos Cruz) pediu a palavra alegando nulidade. As leis processuais permitem que, quando o acórdão é extenso, seja lida apenas uma súmula, mas Sá Fernandes sustentou que não houve uma verdadeira fundamentação, mas apenas "referências descosidas, notas desgarradas, com considerações psicologicamente vagas" para justificar as condenações.
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O advogado foi ao ponto de questionar se a fundamentação estaria escrita, sendo prontamente interrompido por Ana Peres. Habitualmente calma, e com um tom de voz baixo, a presidente do colectivo exaltou-se: "Isso é que não, senhor doutor!" Interrompendo a arguição de nulidade que o advogado ditava para a acta, a juíza decidiu, mesmo sob protesto de Sá Fernandes, que só poderia continuar por escrito.
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Notas do Papa Açordas: Fantochada!... Quando começou o "julgamento" já as "sentenças" estavam traçadas... é o "SISTEMA", no seu melhor!... Nem sequer num país do Terceiro Mundo, acontecia uma fantochada destas!... Vejamos as promoções que estes "juízes" vão ter!...
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