sexta-feira, 16 de julho de 2010

Portugal exige governo de salvação nacional sem Sócrates

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Portas propõe coligação entre PSD, PS e CDS para salvar o país. PSD rejeita e Sócrates acusa a oposição de "oportunismo e arranjos de poder"
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O debate ia morno, como um filme chato de três horas. Mas teve direito a twist final, como um filme de suspense: "Saia!", pediu Paulo Portas a José Sócrates no seu discurso final no debate do estado da nação. Depois das sucessivas insinuações e acusações entre governo e oposição, durante um debate entre o "país fantasioso" e o "país real", o fantasma das eleições antecipadas ganhou finalmente corpo e entrou de rompante no debate. Pela porta da direita. "O senhor é passado, já não recupera, os portugueses não o vêem como solução, vêem como problema. Ponha a mão na consciência, perceba o mal que fez e tenha um gesto de humildade: saia!", concretizou o presidente do CDS, pedindo a demissão de Sócrates.
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Como nos filmes, Portas transformava-se de repente em actor principal. Até porque trazia consigo a solução para todos os males, como nos filmes de heróis: uma coligação de salvação nacional, tripartida, entre PS, PSD e CDS. "Uma solução excepcional", disse o presidente do CDS, que até permitiria aos socialistas nomearem um novo primeiro-ministro. De preferência "alguém moderado, credível e com os pés assentes na terra". O que não podia continuar, segundo Portas, era este ambiente de "impasse político, com Portugal a arriscar ficar mais um ano à deriva". De repente o Parlamento agitou-se. Mas ninguém quis contracenar neste filme.
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O alvo do pedido, José Sócrates, garantiu que demitir-se não está, definitivamente, nos seus planos. "O governo tem a responsabilidade de pensar em políticas. As outras bancadas só pensam em eleições e arranjinhos de poder", respondeu à saída do debate. O PSD, que minutos antes da "bomba" de Portas tinha acusado o governo de estar "ausente, esgotado e desorientado", recusou igualmente a proposta centrista. "Apresentaremos uma alternativa quando os portugueses nos escolherem para governar Portugal", reagiu o deputado do PSD Luís Montenegro.
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Notas do Papa Açordas: Será que o sr.sócrates tem que meter um explicador para compreender as palavras de Paulo Portas? O "rapaz" já devia ter compreendido que é parte do problema e, nunca da solução... O que Paulo Portas disse é o que muita gente, mesmo militantes do PS, deseja... RUA!...
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