A vaga de contestação ao PEC atingiu o executivo, com vários ministros a manifestarem as suas reservas sobre o documento, nomeadamente face ao congelamento das prestações sociais. As críticas que José Sócrates ouviu dentro do Governo - a TVI, ontem à noite, nomeava como principais opositores os ministros da Economia, Vieira da Silva, da Justiça, Alberto Martins, e da Saúde, Ana Jorge, todos eles conotados com a ala esquerda - obrigaram à realização de dois conselhos de ministros extraordinários, nos dois últimos fins-de-semana.
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No primeiro, as vozes divergentes fizeram-se ouvir de tal forma que José Sócrates agendou uma segunda reunião para o sábado seguinte. Foi neste conselho de ministros que se acertaram agulhas para que o discurso público sobre o PEC (leia-se o discurso a manter por todos os governantes, mesmo os críticos) fosse publicamente uníssono.
No primeiro, as vozes divergentes fizeram-se ouvir de tal forma que José Sócrates agendou uma segunda reunião para o sábado seguinte. Foi neste conselho de ministros que se acertaram agulhas para que o discurso público sobre o PEC (leia-se o discurso a manter por todos os governantes, mesmo os críticos) fosse publicamente uníssono.
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Este acordo entre ministros estendeu-se à bancada parlamentar, cujos deputados, quando interpelados sobre o tema, preferem não expressar qualquer comentário. Apesar de Francisco Assis, líder parlamentar, ter admitido implicitamente divisões: "Um consenso não significa unanimidade."
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Mas dentro do PS há vozes dissonantes sem receio de desobedecer ao silêncio estipulado pelo Governo: Mário Soares, Paulo Pedroso, João Cravinho e Pedro Adão e Silva. Na Rádio Renascença, Cravinho acusou o partido de ter entrado numa "deriva à direita" que só poderá ser evitada com "grandes alterações na própria direcção do PS". E lamentou que o PS tenha caído na "armadilha terrível" que é o PEC. "Assumiu-se nitidamente como um partido que punha acima de tudo as mesmas medidas que um partido de direita poderia tomar e deixou cair, sem salvaguarda, sem cuidado, bandeiras de esquerda que, aqui há dois meses, ainda afirmava e que eram parte integrante do seu programa", afirmou o antigo dirigente socialista, partilhando assim com Mário Soares a crítica ao esvaziamento ideológico do partido.
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Notas do Papa Açordas: Há muito que, a nível das bases, a contestação ao sr. Pinto de Sousa é muito grande. Nunca as sedes concelhias do PS estiveram tão vazias. Os militantes não pagam as quotas, apesar destas terem descido de 2 para 1 euro. Agora chegou a vez ao próprio executivo...já não era sem tempo...
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