Quatro em cada cinco querem Net como "direito fundamental"
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Chegamos a dedicar-lhe mais de 13 horas por semana. Usamo-la para procurar informação e comunicar. Acreditamos que é nela que vamos encontrar "aquela" pessoa que nos vai fazer felizes. Mas, ao mesmo tempo, tememo-la, à Internet, que quatro em cada cinco adultos consideram que devia tornar-se um "direito fundamental", como já acontece em países como a Finlândia e a Estónia.
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Os estados de alma sobre a rede a que já estão ligados mais de mil milhões de pessoas foram conferidos por uma sondagem a 27.973 pessoas em 26 países, conduzida pela consultora GlobeScan para a BBC World Service e divulgada esta semana. Confirma que cada vez menos passamos sem ela, que a vemos como um lugar para aprender, que achamos que nos acrescentou liberdade, mas também que os nossos medos originais se mantêm: dos conteúdos violentos à perda de privacidade.
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Os resultados são a prova provada de que a Internet faz cada vez mais parte das nossas vidas, quer daquelas que a usam, quer dos que não o fazem: 87 por cento dos 14.306 inquiridos que são utilizadores da Net defendem que "estar ligado" é um "direito fundamental para todos", mas 71 por cento dos que não lidam com ela pensam exactamente o mesmo. Médias feitas, é essa opinião de 79 por cento dos inquiridos - quase quatro em cada cinco pessoas.
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É na Coreia do Sul, que tem das melhores ligações à rede em todo o mundo, que a ideia de "direito fundamental" atinge o valor mais elevado: 96 por cento. México, com 94 por cento, Brasil, América Central [categoria que agrupa seis países], Tailândia e Turquia, todos com 91, estão entre os grandes entusiastas. China e Portugal, ambos com 87 por cento, estão também acima da média.
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Os dados divulgados pela BBC não explicitam o conceito de "direito fundamental", mas, para Gustavo Cardoso, professor do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), "a interpretação mais correcta é a de que os Estados devem proporcionar acesso à Internet, como no século XX proporcionavam acesso à voz" e ao serviço público de rádio e televisão.
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Notas do Papa Açordas: Concordamos plenamente. A Net deve ser aberta a toda a gente, a exemplo da TV e da rádio.
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