quarta-feira, 14 de março de 2012

Louçã diz que empresas já impõem decisões políticas ao Governo

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O líder do BE afirmou hoje que Portugal se transformou "numa renda para algumas empresas e interesses de capital" e que as decisões políticas já são tomadas por empresários, que "impõem as suas regras" ao Governo.

Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários (SITRA), Francisco Louçã considerou que a próxima greve geral de 22 de março é também um protesto contra a ideia de "trabalhar para perder salário, para ficar mais pobre" quando há "umas rendas gigantescas que são garantidas a empresas sem concorrência, sem esforço, sem imaginação, sem invenção, sem inovação, sem fazerem nada sem ser estarem sentadas em cima do seu poder".

O coordenador bloquista referiu-se depois especificamente ao caso da demissão de Henrique Gomes do cargo de secretário de Estado da Energia, afirmando que as decisões políticas já são tomadas por empresários.

"Veja o caso da EDP e como impõe as regras ao Governo para proteger as suas rendas excessivas, se há um secretário de Estado, um estudo de uma universidade internacional ou alguém que diz que há rendas excessivas de quatro mil milhões de euros nos próximos anos asseguradas a uma empresa, quem vemos a aparecer a terreiro para dizer que o Governo não deve considerar essas opiniões é o presidente da EDP, António Mexia", afirmou.

Na perspetiva de Francisco Louçã não se pode "continuar a aceitar" que Portugal seja "uma renda para algumas empresas ou para alguns interesses de capital".

Notas do Papa Açordas: Concordo plenamente com Francisco Louçã. Não esquecer que, e os membros do governo sabem-no, a EDP é um bom abrigo para uma retirada da política...

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