A Constituição da República Portuguesa é "uma obra-prima de engenharia", que "salvou a democracia" mas que "perdeu o prazo de validade", afirmou o sociólogo António Barreto, mostrando-se favorável à revisão do diplom .
"Temos uma Constituição que é uma obra-prima e que salvou a democracia", reconheceu António Barreto, considerando, no entanto, que a Lei Fundamental está ultrapassada.
"Tem o número de artigos necessário para impedir o comunismo, para impedir o socialismo, para impedir o liberalismo, para impedir o capitalismo selvagem, para impedir o regresso do fascismo, o general Eanes, o general Spínola, o Costa Gomes, o Vasco Gonçalves", ironizou.
António Barreto falava por ocasião de um jantar-debate promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), que decorreu terça-feira à noite, em Lisboa.
No entanto, o comentador político entende que a Constituição “simplesmente perdeu o prazo de validade” e atualmente “é defensiva, não é positiva nem afirmativa do que é um país e um povo, é uma coletânea de fortalezas, de defesas e de alçapões”.
Para Barreto, é preciso “libertar e reduzir a Constituição”, o que, sugere, pode passar pela criação de um grupo de trabalho, que inclua os partidos e as instituições, que “durante um ano” e “diante do povo” apresente ideias sobre “o que possa ser uma revisão constitucional” sobre a qual o parlamento tomaria uma decisão.
Notas do Papa Açordas: António Barreto está com aqueles que são favoráveis à revisão da Constituição mas, oxalá, não se esqueçam de a referendar...
-
Sem comentários:
Enviar um comentário