Dirigentes do PS admitem que candidatura a Belém poderá não ser o destino de Sócrates e lembram que "há outras figuras" na corrida
Em menos de uma semana o nome de José Sócrates sumiu-se dos jornais e nem na luta pela liderança do PS os últimos seis anos de governação são o tema preferido. Mas no PS são muitos os que querem que o ainda primeiro-ministro regresse à política activa, depois de "uma pausa" que, por milagre, transforme o desgaste em popularidade.
"Não morreu para a política. Vinte e tal por cento não representa um funeral político", garante Capoulas Santos ao i, que foi director de campanha de Sócrates nas três eleições para a liderança do partido, traduzindo o sentimento geral entre os socialistas. António Arnaut, que nem sempre esteve próximo do ex-líder do PS, vai mais longe e defende que "ele faz falta ao PS e ao país" e arrisca uma previsão. "Ele não é homem para desistir da luta. Prevejo que volte daqui a um ano. Agora precisa de um tempo de descanso", diz ao i o ex-ministro. José Junqueiro, que esteve no governo, concorda com o fundador do PS e afirma que "ele ainda não deu tudo o que tinha de melhor" ao país.
Certo é que Sócrates sai do governo com os níveis de popularidade em baixo, depois de ter sofrido uma pesada derrota nas legislativas. Não atingiu os 30% e conduziu o partido ao pior resultado nos últimos 20 anos. Nada que impressione os socialistas mais próximos do ainda primeiro-ministro, que estão convictos de que o tempo vai jogar a seu favor. "Não faltará muito tempo para que muita gente se lembre dele com saudade", vaticina Capoulas Santos.
O ex-porta-voz do PS, Vitalino Canas, admite que "é indesmentível" a fraca popularidade com que Sócrates saiu do governo. "Seis anos deixam marcas", reconhece Canas, que não acredita na hipótese de Sócrates "não exercer mais nenhum cargo político com a idade que tem".
Notas do Papa Açordas: Nunca um político em Portugal saiu com os níveis de popularidade tão em baixo. A única coisa que o povo português quer, é que ele não volte a aparecer na política. Já fez suficiente mal...
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