terça-feira, 8 de junho de 2010

Crise. Luís Amado em vias de abandonar governo de Sócrates

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Ministro de Estado pode estar em vias de abandonar o governo. No ano passado chegou a pedir para sair alegando cansaço
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O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros pode estar em vias de abandonar o governo. A hipótese volta a estar em cima da mesa e às razões pessoais de Luís Amado - que o ano passado chegou a pedir para sair alegando cansaço - somam-se agora razões políticas. O ministro de Estado foi ontem desautorizado na Assembleia da República, sem contemplações, pelo primeiro-ministro. E à bruta: quando Paulo Portas perguntou a Sócrates se concordava com a inscrição na Constituição de um limite para o endividamento, defendida por Amado em entrevista ao "Diário Económico", o primeiro-ministro foi directo: "A resposta é não. Não sou favorável."
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Depois, e sem nenhuma palavra de benevolência com o seu ministro de Estado, que não estava no Parlamento por ter ido ao aeroporto receber o MNE do Congo, Sócrates justificou que "uma limitação constitucional altera e põe em causa aquilo que é um dever do Estado: responder, baseado na boa doutrina do Estado, a situações excepcionais". "Oponho-me a esse princípio constitucional", insistiu Sócrates, invocando a "obrigação moral" do Estado de intervir em alturas de crise.
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O ministro deu a ideia a 17 de Maio, mas esta foi logo muito mal recebida por Sócrates, que, no entanto, se escusou durante mais de duas semanas a fazer qualquer comentário duro. Francisco Assis, o líder parlamentar do PS, descartou-a na altura afirmando que a inscrição do limite na Constituição obrigava a uma revisão e que o PS não deveria "desperdiçar energias com uma revisão constitucional". Sérgio Sousa Pinto, o vice-presidente da bancada elogiado por Sócrates no jantar de Natal, foi muitíssimo mais violento contra o ministro de Estado. Em declarações à TSF afirmou que a ideia de Luís Amado era "infeliz, ainda por cima vinda do PS", e que inscrever na Constituição "aquilo que são as fixações do Banco Central Europeu é um exercício degradante de sujeição". O ministro tinha defendido ao "DE" que seria "importante um consenso alargado face a dispositivos constitucionais que criem estabilidade e ajudem a resolver problemas estruturais". "Haverá uma reacção positiva dos mercados se, por exemplo, formalizarmos uma norma--travão que crie um limite para o défice e o endividamento. Um valor aceitável que não impeça uma resposta adequada em momentos de crise."
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Notas do Papa Açordas: Quem se admirar, é porque anda um pouco distraído... O governo do sr.Sócrates, é apenas do sr. Sócrates!... O rapaz não houve mais ninguém, e algum ministro que pense um pouco pela sua cabeça, só tem de sair...Afinal, é o mesmo que se passa com o PS!...
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