segunda-feira, 28 de junho de 2010

Banca portuguesa ameaça fechar torneira ao crédito

-
Bancos admitem falta de liquidez e incapacidade de financiar a economia real e avisam Bruxelas
-
A banca portuguesa não tem liquidez, não tem onde ir buscar capital e vai ter cada vez mais dificuldade em conceder crédito. E o aviso é sério: se a banca nacional tiver de reforçar os capitais próprios, o quadro do sector e da economia portuguesa será negro.
-
O alerta foi feito em Bruxelas pelos líderes dos maiores bancos. Faria de Oliveira (CGD), Santos Ferreira (BCP), Ricardo Salgado (BES) e Fernando Ulrich (BPI) e o presidente da APB (Associação Portuguesa de Bancos), António de Sousa, estiveram reunidos há 15 dias com o comissário para o Mercado Interno, Michel Barnier, manifestando-se contra as novas regras de Basileia III e as alterações à CRD (directiva sobre capitais de instituições financeiras). Em causa estão as regras propostas para evitar nova crise, que vão obrigar as instituições a elevar capitais e a assegurar maior liquidez. Estas, a avançarem, vão asfixiar ainda mais o acesso português ao dinheiro.
-
O i teve acesso ao documento feito pela APB e entregue ao comissário europeu, que exprime a posição nacional em relação às novas regras. A associação considera que as medidas propostas são "demasiado prescritivas, duras e excessivas". Para os bancos nacionais, "existe de facto, uma exigência geral excessiva no que toca aos capitais, que ultrapassa muito os riscos envolvidos". Para a APB, é muito possível que as propostas levem a uma quebra de proveitos dos investidores, comprometendo seriamente a capacidade do sector de se financiar.
-
Sobre as novas regras que os bancos foram discutir a Bruxelas, o presidente da CGD admitiu este sábado, ao "Expresso", que a sua entrada em vigor imediata levaria a que muitos bancos tivessem de fazer grandes aumentos de capital. "E que, se isso acontecesse, haveria restrições de crédito monumentais", disse.
-
Notas do Papa Açordas: Vão ver que, no fim disto tudo, a banca vai ficar a lucrar o dobro do que tem lucrado até aqui... Sócrates gosta demasiado da banca para a deixar cair...
-

Sem comentários: