segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Crise política Cavaco convida Jaime Gama a formar governo

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Sem OE e com Sócrates demissionário, o Presidente da República irá recorrer à segunda figura do Estado
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O cenário de chumbo do Orçamento do Estado (OE) e a consequente demissão do governo apresentada por Sócrates já estão a ser equacionados por Belém, sabe o i. Apesar de a possibilidade de crise política ser, para Cavaco Silva, o pior dos desfechos e o Presidente da República ter apelado à responsabilidade dos diferentes partidos para chegarem a entendimentos em torno do próximo orçamento, o crescente extremar de posições entre o governo e o PSD faz com que o chefe de Estado comece a traçar cenários alternativos.
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Sem OE aprovado na Assembleia da República a 29 de Outubro e com o governo demissionário, Cavaco Silva irá recorrer à segunda figura do Estado, o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama. O primeiro-ministro tem sido peremptório: se o OE apresentado pelo governo for rejeitado, o executivo não irá apresentar um novo orçamento, optando Sócrates por ir a Belém pedir ao Presidente que arranje outro primeiro-ministro. Neste caso, Cavaco Silva irá convocar audiências com todos os partidos com assento parlamentar para perceber sensibilidades e estudar alternativas à actual configuração de poderes. Nos encontros, Jaime Gama será apresentado como uma solução para encabeçar um governo de salvação nacional. O nome, que é considerado consensual por Belém, permitiria que o governo apresentasse outra proposta de Orçamento do Estado, que seria posteriormente votada na Assembleia da República. Para tal, era preciso que Gama aceitasse esta solução, algo que não é considerado líquido em Belém.
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Fundador do PS, Jaime Gama já falhou três vezes a hipótese de liderar o partido. A primeira foi em 1986, no VI Congresso do PS, quando perdeu a liderança no despique com Vítor Constâncio. Três anos depois, voltou a ser derrotado: os militantes preferiram Jorge Sampaio no congresso de Janeiro de 1989. Quando em 2002 Guterres deixou o cargo vago, Gama chegou a manifestar a intenção de avançar para uma nova disputa, mas acabou por recuar, alegando razões pessoais. O actual cenário político poderia ser para Jaime Gama uma possibilidade de liderar o PS, algo que até ao momento nunca conseguiu alcançar, e uma forma de ganhar capital político para um candidatura presidencial em 2016.
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Notas do Papa Açordas: Não concordo, pois era como que entregar o ouro ao bandido. Sócrates e todo o PS, já provaram que não sabem governar e ainda se lhes ia dar mais uma oportunidade? Não vale a pena! E porque não uma personalidade independente?
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