O Presidente da República, Cavaco Silva, considera que novos sacrifícios terão de ser suportados por quem ainda não foi afectado.
Em declarações feitas em Coimbra, à margem da inauguração de uma fábrica de nanomateriais, o Presidente insistiu na ideia de que é preciso repartir os sacrifícios. "Só se podem considerar para acréscimos de sacrifícios aqueles que não os suportaram até este momento", disse Cavaco Silva, aludindo às dúvidas sobre a forma como será ultrapassado o chumbo do corte de subsídios na função pública decidido pelo Tribunal Constitucional.
Se a receita for um agravamento de impostos, o Presidente diz que "o que é importante é preservar ou tentar melhorar a equidade na distribuição dos sacrifícios fiscais". Porém, Cavaco recusou-se a comentar um possível cenário de aumento de impostos. "Temos de aguardar o que a Assembleia [da República] decidirá".
O jornal Diário Económico escreve nesta sexta-feira que o Governo está a avaliar uma eventual mexida nas tabelas do IVA – imposto que afecta todos por igual. O Presidente passou ao lado dessa hipótese, preferindo sublinhar que no momento em que o país está a ser avaliado pela troika composta pelo Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, o que é defensável é uma revisão do memorando de entendimento ao abrigo do qual se estabeleceu um programa de ajuda financeira com contrapartidas que impuseram um largo pacote de austeridade.
Ao fim de 15 meses de programa, frisou Cavaco, "é uma boa ocasião para fazer uma revisão e talvez ajustamentos ao programa", defendeu o Presidente, até porque "a conjuntura internacional alterou-se e isso afectou as exportações portuguesas", destacou também.
Sobre as decisões anunciadas na quinta-feira pelo Banco Central Europeu – com medidas que reduzirão o risco de Portugal necessitar de um segundo resgate – Cavaco sublinhou que o BCE foi de encontro às medidas que ele próprio vinha defendendo, acrescentando que as iniciativas do BCE só pecam por tardias.
Notas do Papa Açordas: Sr. Presidente, porque é que não segue o exemplo de Jorge Sampaio, em relação ao Santana Lopes e calça uns patins ao Passos Coelho? Olhe que este já nos prejudicou mais que o outro...
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