A empresa que gere os bairros sociais de Lisboa, a Gebalis, contratou o ex-comandante da Autoridade Nacional de Protecção Civil, afastado do cargo na sequência de suspeitas de desvio de verbas. A troco de um levantamento das vulnerabilidades dos bairros a nível de incêndios, formação para a prevenção de fogos e estabelecimento de protocolos com entidades como o Regimento de Sapadores Bombeiros ou a EDP Gil Martins vai receber dois mil euros mensais durante um ano, período prorrogável por mais 24 meses.
Não houve concurso público para a prestação deste serviço de consultoria: o ex-comandante foi contratado por ajuste directo. A vereadora responsável pela Gebalis, Helena Roseta, foi atempadamente informada da contratação, garante o presidente da empresa municipal, Luís Natal Marques, que declara ter efectuado "um excelente acto de gestão". Afinal, sublinha, Gil Martins apresentou "um currículo inexcedível" na área da Protecção Civil e um preço no seu entender também imbatível: "Por este serviço uma empresa da especialidade cobraria acima da centena de milhar de euros".
As suspeitas que impendem sobre o ex-comandante não perturbam o gestor municipal: "Isso não afecta a sua capacidade profissional, não misturemos as coisas. Ele tem um currículo superior, do resto não quero saber. Não sou juiz, não tenho de o condenar". É ainda com o percurso profissional de Gil Martins que Natal Marques justifica a dispensa do concurso público. E também a noção, por parte da administração da Gebalis, de que existem nos bairros "situações explosivas" a nível de segurança contra incêndios que é preciso solucionar com urgência.
Notas do Papa Açordas: Há que controlar estes indivíduos, mantê-los sempre perto de "nós", não vá ele pôr a boca no trombone... e nada melhor como o empregar perto de um dos seus antigos chefes...
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