O ex-deputado socialista João Cravinho acusou hoje o Governo de atacar os funcionários públicos e os pensionistas com "ressabiamento vingativo" e instou o PS a reprovar a política espelhada no Orçamento do Estado para 2012.
"Fiquei muito chocado com a injustiça, a iniquidade e a total falta de sensibilidade e até de sentido cívico na afetação quase brutal com que se ataca as classes médias, o funcionalismo público e os reformados", afirmou João Cravinho à Lusa, refereindo-se à suspensão dos subsídios de férias e de Natal.
Uma decisão que, segundo o atual administrador de European Bank for Reconstruction and Development e antigo ministro das Obras Públicas, representa um corte real de 14 por cento no rendimento dos funcionários públicos e dos pensionistas.
"Como se estes fossem os grandes responsáveis por esta crise", disse, acusando o Governo e a maioria parlamentar de "uma espécie de ressentimento e ressabiamento vingativo em relação ao funcionalismo público e pensionistas".
Para João Cravinho, a proposta de Orçamento do Estado para 2012 deixa de fora "qualquer contributo significativo daqueles que mais podem", o que "põe um problema muito claro ao Partido Socialista".
"O PS tem de fazer o que for necessário e justo e não pactuar com a tentativa de, a pretexto das responsabilidades para com a 'troika', destruir por completo os ideais de serviço público e de justiça social que são o fundamento do PS", defendeu.
Por isso, o antigo ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território defende que o PS podia propor que a receita necessária para o Estado fosse conseguida através de uma tributação equitativa em todos os IRS e rendimentos de capital.
Notas do Papa Açordas: Os funcionários públicos e os pensionistas têm uma certeza: o grande capital fica de fora... Mas, atenção, é o grande capital que emprega os políticos em fim de carreira!...
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