sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Incêndios: "O Estado é o pior proprietário"

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O ministro da Agricultura sugeriu retirar terrenos a privados para combater abandono. Mal esperou pela resposta: "O Estado seria o primeiro a ser expropriado"
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Uma "gafe de Verão", um fait-divers, uma ideia "no calor dos fogos." A hipótese avançada pelo ministro da Agricultura de retirar terrenos a privados para combater o abandono da floresta só lançou mais achas para a fogueira.
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Fonte oficial do Ministério da Agricultura (MADRP) disse ao i que as declarações de António Serrano são apenas uma proposta de solução, que será ponderada na fase de avaliação do período de incêndios, de onde sairão "medidas correctivas.
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"A ideia de uma expropriação é chumbada pelos partidos da oposição e pelas associações de produtores. Jorge Moreira, vice-presidente do PSD, considerou-a uma manobra de diversão quando "seria expectável que o governo se concentrasse no essencial que é o combate mais eficiente à floresta e promovesse todos os mecanismos de detecção e vigilância." Já o líder do CDS-PP Paulo Portas falou de um "PREC mental."
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As críticas prosseguem entre produtores: "Se isto fosse para a frente, o Estado seria o primeiro a ser expropriado", disse ao i Pedro Serra Ramos, da direcção da Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente. (ANEFA). "Não há um concurso público para limpeza da mata do Estado há quatro anos", garante o dirigente. Por outro lado, aponta também Serra Ramos, o cadastro nacional de proprietários, previsto no plano de 2006, ainda não arrancou, pelo que não se saberia sequer por onde começar a redistribuir os 87% de floresta privada do país, dos quais apenas 10% serão zonas com algum tipo de intervenção florestal. Para Hugo Jóia, secretário-geral da rede de produtores Fórum Florestal, a ideia também não faz sentido. "O Estado é o pior proprietário que existe. Não faz qualquer sentido pensar que teria capacidade financeira para resolver tudo." Uma solução: "Discriminar positivamente quem cumpre.
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"Mas o dossiê floresta pode tornar-se ainda mais pesado, garantem os produtores. "Com a falta de plantação, as pragas e os incêndios, temos a floresta a caminhar para o abismo", diz Pedro Serra Ramos. Segundo a ANEFA, o país está perto de atingir um défice em madeira, com a produção de eucalipto a servir de exemplo. "Produzimos 4,6 milhões de metros cúbicos por ano e estamos a consumir sete milhões, com árvores que ainda não estão na idade de abate." Se começar a faltar, ir buscá-la a Espanha ou à América Latina pode ser 2,5 vezes mais caro, além de poder não existir em quantidade suficiente para as necessidades, diz Serra Ramos.
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Notas do Papa Açordas: Este, além de ser alentejano, é completamente maluco... Aliás, é para não destoar muito do resto do governo...
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2 comentários:

A. João Soares disse...

Mais valia começar já a preparar a prevenção a iniciar já em Outubro, para que no próximo ano houvesse menos calamidade. Esse tipo parece um mentecapto típico dos governos que temos tido. Sugiro uma visita ao post
Fogos florestais. Mais vale prevenir!!!
Um abraço
João
Do Miradouro

costa disse...

o Ministro Antonio Serrano devia estar gaseado com algum marisco apanhado à boca da ETAR poente de Olhão ou na saída de algum cano de esgoto que o presidente da CMOlhão teima em jogar para o sitio que se cultivam as amêijoas.