Estudantes universitários e do politécnico estiveram vários meses sem bolsas de acção social
Bolsas de estudo atrasadas criam dificuldades a universitários
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Bolsas de estudo atrasadas criam dificuldades a universitários
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Apesar de a situação variar de instituição para instituição, muitos alunos do universitário e politécnico estiveram vários meses sem qualquer apoio financeiro e só este mês estão a começar a receber as primeiras prestações de 2009/2010.
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Para enfrentar as dificuldades, uns reduzem as despesas de alimentação ao mínimo, outros abdicam de livros, outros recorrem a trabalho extra. Sónia Neves e Marlene Santos, estudantes do Instituto Politécnico de Coimbra, estiveram sem bolsa durante quatro meses. Sónia, de 20 anos, a frequentar o 3.º ano do curso de Animação Sócio-Educativa, garante que a bolsa "nunca foi regular", mas este foi o ano em que ficou mais tempo sem receber: só agora, em Fevereiro, chegou o dinheiro de Outubro, Novembro, Dezembro e Janeiro. A situação destas jovens não é única. Na Universidade de Coimbra havia, no início do mês, cerca de 1200 alunos com bolsas em atraso. Na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, segundo um responsável da Associação Académica, houve também estudantes com o pagamento atrasado, no início do ano lectivo. Mas há instituições como as Univerdades de Lisboa e Porto que garantem ter recebido as verbas necessárias para pagar as bolsas a horas.
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Filha de pai metalúrgico e mãe que serve às mesas, Sónia recebe 90 euros por mês de bolsa e esforça-se por pedir o mínimo aos pais. Mas tem que o fazer. "Os meus pais juntos, por mês, não devem ganhar mil euros. E tenho uma irmã de 13 anos." Tem direito a residência, mas, mesmo assim, não chega. Só as propinas são o equivalente à bolsa. E ainda é preciso pagar alimentação (cerca de 20 euros por semana) e passe (17,50). Saídas à noite? Livros? Nem pensar.
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"O dinheiro não dá para tudo. Em Janeiro não comprei passe. Nesse mês, compensou-me andar a pé. Raramente saio à noite e, quando faço jantares, é em casa e dividido por todos", explica. Também não participa na famosa boémia coimbrã: "Não vou aos jantares de curso, fui a um ou dois. Só fiz uma queima e uma latada", conta.
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Notas do Papa Açordas: É incrível o que se passa nos Serviços de Acção Social dos estalecimentos de ensino superior. Parece até que o Governo não conhece as dificuldades das famílias dos alunos, agindo como se todos vivessem num país cor de rosa...
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