segunda-feira, 1 de julho de 2013

Vítor Gaspar sai e queixa-se de falta de coesão do Governo

-
Ministro das Finanças demissionário quis deixar o Governo em Outubro, depois da contestação à TSU. Após o chumbo do TC e terminado o sétima exame da troika, a saída tornou-se inadiável, assume.

Na carta de demissão enviada nesta segunda-feira ao primeiro-ministro, Vítor Gaspar queixa-se da falta de coesão da equipa governativa e avisa Pedro Passos Coelho: “Os riscos e desafios dos próximos tempos são enormes. Exigem a coesão do Governo”. E reconhece que o falhanço nas metas orçamentais “minou” a sua confiança enquanto número dois do Governo.

Gaspar pediu a demissão nesta segunda-feira e vai ser substituído por Maria Luís Albuquerque, até agora secretária de Estado do Tesouro e seu braço-direito na estratégia de regresso de Portugal aos mercados de dívida, uma das bandeiras que Gaspar traçou como sua para o cumprimento das condições do resgate financeiro internacional.

Na missiva ao primeiro-ministro – onde faz referências implícitas às divisões na coligação PSD/CDS-PP – Gaspar diz que caberá a Passos o “fardo da liderança” de uma equipa governativa a quem não poupa críticas pela falta de coesão interna. “Assegurar as condições internas de concretização do ajustamento são uma parte deste fardo”, diz, para a seguir acrescentar: “Garantir a continuidade da credibilidade externa do país também. Os riscos e desafios dos próximos tempos são enormes. Exigem a coesão do Governo. É minha firma convicção que a minha saída contribuirá para reforçar a sua liderança e a coesão da equipa governativa”.

A saída de Gaspar, ao fim de dois anos marcados pela aplicação do programa de ajustamento sobretudo pelo lado da receita, acontece numa altura em que o Governo imprime no seu discurso a necessidade de conciliar a estratégia da austeridade com medidas que promovam o crescimento da economia. Isso mesmo foi vincado pelo próprio ministro das Finanças quando, em Maio, afirmou que, depois do ajustamento, chegara “o momento do investimento”.

Agora, ao discorrer sobre as “próprias limitações e responsabilidades”, diz não estar em condições políticas – de credibilidade e de confiança – para assegurar a transição para aquilo que diz ser a “fase do investimento” do programa de ajustamento. Para o ministro demissionário, o “incumprimento dos limites originais” para o défice e dívida pública  em 2012 e este ano não lhe dão a autoridade necessária para continuar no Terreiro do Paço. “A repetição destes desvios minou a minha credibilidade enquanto o ministro das Finanças”.

Notas do Papa Açordas: Qual é a pressa? Sim, qual é a pressa? Os ratos começam a abandonar o barco e, este, qual virgem em lupanar, vai mesmo cheio de "speed"!... Oxalá leve o restante bando atrás... Quanto à sua sucessora, não lhe  antevemos um grande futuro, pois trata-se de farinha do mesmo saco!...

Sem comentários: